Na abertura da Jornada de Comunicação, a palestrante tratou da atuação do comunicador nas mídias sociais e das relações com o usuário

Mayrilaine Garcia e Nathália Piccoli

O primeiro dia da 4ª Jornada Científica de Comunicação Social da USC teve a presença da relações públicas Carolina Terra, atual consultora de mídias sociais da empresa C4 que dirigiu palestra sob a temática “Comunicação e mobilidade: vínculos e rupturas”.

A partir de sua experiência na comunicação digital, Terra compartilhou conhecimentos diante as questões de mídias sociais, mobilidade e do usuário como potencial de canal de mídia. Ela afere o universo digital como um cenário irreversível que tomou uma posição central do dia a dia da gente e também das organizações.

A era tecnológica de tempo em tempo torna tudo mais prático e possível a partir de um toque em uma tela de celular. E é esse o ponto em que Carolina estabelece em relação às organizações e seus consumidores. Neste cenário digital, as pessoas são livres para se expressarem e cabe às organizações aproveitarem os benefícios da socialização virtual.

A interação entre organizações e consumidores está ligada, segundo Carolina, a três pilares de mídias sociais, são elas: mídia própria (organização detém seu próprio site, suas propriedades digitais, seu blog, em que define que tipo de informação vai constar ali); mídia espontânea (gerada pelo usuário ou ela imprensa – opiniões, expressões) e mídia paga (links patrocinados, banners, anúncios dentro das redes sociais, posts patrocinados).

Carolina Terra exemplifica uma marca que investe na interação digital com seus consumidores. Crédito: Heloísa Casonato

Carolina Terra exemplifica uma marca que investe na interação digital com seus consumidores. Crédito: Heloísa Casonato

“O ideal é jogar com esse mix, fazer com que as pessoas falem dos produtos e marcas. Investir nesses tipos de conteúdo, não deixar a mídia própria e também ter uma estratégia de mídia paga para atingir o público”, adverte a consultora.

Comunicação digital é algo que interfere na decisão e no poder de decisão de quem consume o produto. A opinião do consumidor é faz a diferença, por isso cresce a necessidade das organizações estarem por dentro e se atualizarem. Outra fator importante é monitorar o que dizem a respeito de seus respectivos produtos. Para isso, Terra coloca a necessidade dos profissionais da Comunicação saberem quais são os meios do momento e incorporar uma estratégia que alcance a atração de consumidores.

Um exemplo é a marca de produtos domésticos: “Veja”, que criou um aplicativo móvel chamado “Rádio Faxina”, levando em consideração o que as pessoas ouvem músicas quando estão fazendo faxina. A estratégia usada é ligada à lembrança que o consumidor terá, de que a marca se preocupa em se relacionar com eles.

“Aproveitar o momento atual e fazer marketing em tempo real, gerar campanhas a partir do que está sendo discutido nas redes sociais”, aponta a palestrante em relação a tendências no universo digital. Alerta também que é preciso se preparar e pensar sempre no pior, reconhecendo a grande dificuldade de lançar uma campanha que consiga traçar todos os cenários possíveis.

“Devem-se divulgar conteúdos em sites adaptados para celular e tablets, pois o consumidor adquire o produto em movimento, que é a interação na ‘vida off’. Apresentar conteúdos relevantes, cuidar da interatividade, pensanr nas relações com o usuário, já que é o primeiro exército para sua marca”, finaliza Carolina, tratando do papel dos comunicadores atuantes em organizações.

O jornalista João Jabbour, diretor de redação do Jornal da Cidade, presente no evento, avaliou a palestra.  “O interessante da palestra é a reflexão que proporciona para cada um de nós sobre essa grande transição do mundo analógico para o mundo digital. A temática discutida é atualíssima e não dá mais para fugirmos dela, o que não é motivo de pessimismo”, avalia o jornalista.

Jabbour como atuante da mídia impressa, não vê a era digital como o fim do impresso. “Nesse momento quem está na mídia tradicional, precisa se aliar a essas duas possibilidades e reconhecer que as coisas estão melhores e não se deve considerar como um enterro para quaisquer outros tipos de mídia”, ressalta.