“Abraço” à Oficina Cultural recebe o reforço de lideranças políticas e ações administrativas contra o fechamento

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Adham Marin

Mais um ato em defesa da permanência da sede administrativa da Oficina Cultural “Glauco Pinto de Moraes” aconteceu nesta manhã de quinta-feira, 02/03, em Bauru. Dessa vez, o “abraço” ao prédio, localizado à quadra 1 da Rua Amazonas, que contou com políticos de Bauru e região, artistas e militantes da causa. O assessor da Secretaria do Estado da Cultura, João Manoel Costa Neto, representou o Secretário Estadual e prestou esclarecimentos sobre as reformulações nas Oficinas realizadas pela Secretaria.

O clima era de esperança na calçada do prédio, cujas instalações estão em reforma e com a conclusão prevista para janeiro de 2016. Enquanto os políticos visitavam a obra acompanhados da imprensa, os “amigos da Oficina Cultural”, como se denominam os organizadores dos atos, permaneceram no portão, cantando e circundando o prédio em reforma, em um ato simbólico que “abraçou” tudo o que aquele espaço representa para a cultura bauruense. Após a visita pelas instalações em reforma, uma pequena coletiva de imprensa foi organizada no pátio da Oficina, em que o representante da Secretaria Estadual de Cultura pôde esclarecer algumas dúvidas dos prefeitos e vereadores presentes. Na ocasião, o prefeito Municipal de Bauru, Rodrigo Agostinho, pediu ao assessor que levasse ao Secretário Estadual a proposta da Prefeitura Municipal de Bauru de alugar salas para a permanência da sede administrativa da Oficina em Bauru “Bauru é uma cidade que respira cultura e nós vamos continuar o engajamento para manter a oficina cultural em Bauru; eu também estou vivendo uma crise, o momento do país não está fácil, mas não é cortando gastos da cultura que se vai resolver o problema do Estado”, pontua o prefeito, que já foi aluno e professor da Oficina Cultural. Os prefeitos de Itapuí, José Eduardo Amantini e de Piratininga, Sandro Bola, também se manifestaram pela importância da permanência da sede da Oficina na cidade, não só para Bauru, mas para diversos municípios da região.

Engajado na luta pela Oficina Cultural desde que foi anunciado seu fechamento, o Deputado Estadual Pedro Tobias, que é da base do governo do Estado, também esteve presente e manifestou seu descontentamento com a política adotada pelo secretário “A economia com essa medida é mínima. O aluguel do prédio a prefeitura já se comprometeu a dar e, se não desse, eu alugaria 4 salas, eu me comprometo a alugar. Foram demitidos 5 funcionários”, alertou o Deputado, que também se comprometeu em conseguir empresários que subsidiem o salário dos 5 funcionários demitidos . Criticando a política de corte de gastos na cultura, Tobias ressaltou a importância do fomento à cultura como forma de combater a violência e a desigualdade social. “Chega de construir presídios. A gente precisa de mais esporte, de mais lazer, é com isso que se combate a violência. Não podemos andar para trás”, concluiu.

No pátio mesmo, o Assessor Parlamentar da Secretaria Estadual de Cultura defendeu que a ida da administração para Marília não produz perda para o município, segundo ele, o Secretário optou por concentrar as atividades administrativas em Marília para cortar gastos administrativos e conseguir manter as atividades culturais. De acordo com Neto, ainda há possibilidades da sede voltar para Bauru após a conclusão das obras no prédio, que é próprio. “Esse prédio é do Estado e está sob responsabilidade da Secretaria de Cultura”, disse.

Também presente o Secretário Municipal da Cultura, Élson Reis, pediu a revisão da medida. Segundo o ele, a administração alocada a 100 quilômetros de Bauru dificultaria o acesso de entidades que dependem da Oficina. “A Oficina Cultural é o dia-a-dia. Deslocar para Marília, que já atende 49 cidades, vai ser uma perda para diversas entidades assistenciais parceiras, que só conseguem desenvolver suas atividades culturais por conta da proximidade com a administração daqui”, lamenta. Entre as autoridades, também estiveram presentes os Vereadores Arildo Lima Júnior, Fernando Mantovani, Artemio Caetano, Fabiano Mariano e Fábio Manfrinato. O Partido Verde de Bauru, por meio de seu representante, o escritor Cláudio Dangió, também se manifestou contra o fechamento da sede bauruense da Oficina e se comprometeu a enviar uma carta ao Governador do Estado, por meio de seus seis Deputados Estaduais, defendendo a importância da permanência da sede em Bauru. Manifestou-se também a chefe de gabinete do Deputado Estadual Celso Nascimento (PSC), que engrandeceu o trabalho empreendido pelo Deputado Pedro Tobias e agregou à coalizão de forças também ao apoio do parlamentar, que é bauruense “Ontem enviamos um Ofício fazendo algumas perguntas”, contou.

Na saída, todos os presentes se juntaram ao coro de artistas e militantes que aguardavam respostas no portão do prédio. Durante o grande “abraço” coletivo, em coro, afirmavam: “a Oficina Cultural é nossa!”.

 

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