Hoje é o último dia para visitar a  mostra  itinerante “Estação da Língua Portuguesa”  no Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva”.  A exposição segue para Presidente Prudente, onde fará sua última parada em 2018. A mostra, em cartaz em Bauru desde 17 de setembro, traz parte do acervo do Museu da Língua Portuguesa e mistura tecnologia em som e imagem, acessibilidade, informações históricas e poemas de renomados escritores.

Na área externa uma Torre Estação da Língua Portuguesa foi montada para dar boas-vindas aos visitantes.

 

Na área externa uma Torre Estação da Língua Portuguesa foi montada para dar boas-vindas aos visitantes. Foto: Vinicius Carrasco

A instalação cenográfica intitulada As origens remete à ideia de estação ferroviária e de viagem de trem, numa alusão aos tempos áureos das ferrovias que interligaram diferentes pontos do estado de São Paulo.

 

O expectador se depara com trechos de diversos autores como Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Arnaldo Antunes, iluminados com LED em um painel metálico. Versos que convidam o público a entrar no universo simbólico da língua.

 

Trecho de poema de Vicente Carvalho. Foto: Vinicius Carrasco

Trechos de poemas de vários autores da nossa língua convidam o público. Foto: Vinicius Carrasco/Círculo

Trecho de poema da escritora jauense Hilda Hilst. foto: Vinicius Carrasco

Poesia em adaptação concreta de Carlos Drummond de Andrade. Foto: Vinicius Carrasco

Um vídeo animação mostra a formação da Língua Portuguesa e as rotas marítimas dos portugueses, que levaram o idioma para outras terras. Animação, narração e trilha sonora foram criadas especialmente para a mostra Estação da Língua Portuguesa.

Uso da tecnologia é ponto forte da mostra. Foto: Vinicius Carrasco

O vídeo Sotaques, com texto “O paraíso são os outros”, de Valter Hugo Mãe, apresenta sotaques da língua portuguesa no mundo e abre o módulo O que nos une – ala composta por um painel interativo giratório, que apresenta dados dos países que fazem parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). São eles: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Painéis ilustram a riqueza da língua ao redor do mundo e escritores de diversas nacionalidades como seus principais expoentes. Foto: Vinicius Carrasco

Desembarque reproduz a Linha do Tempo do Museu da Língua Portuguesa com a construção do idioma no Brasil, desde a chegada dos portugueses e o primeiro contato com as línguas indígenas até os dias de hoje. Essa parte da viagem está atualizada com mais uma década em que relembra o novo acordo ortográfico e destaca novas palavras e expressões que surgiram com a influência da internet e das redes sociais.

Na ala Os trilhos, três monitores touchscreen mostram palavras que vieram de outros povos e foram incorporadas ao português brasileiro. Espaço Lusófono, especialmente dedicado aos professores, é composto pelo vídeo “Raiz Lusa”, no qual especialistas falam sobre a construção da Língua Portuguesa.

Vídeos e uso da tecnologia enriquecem e tornam a exposição dinâmica e didática. Fotos: Vinicius Carrasco

O módulo Falares Paulista mostra em uma montagem lúdica um diálogo hipotético e poético entre pessoas com sotaques característicos de cinco cidades paulistas. Trechos de 12 poemas são projetados e os versos ganham vida em um trabalho gráfico desenvolvido especialmente para a mostra.

Painéis contam um pouco da história da língua. Foto: Vinicius Carrasco

Vídeos que compõem o acervo da Grande Galeria do Museu da Língua Portuguesa são apresentados no módulo O Mundo da Língua. Nele, o visitante termina sua viagem assistindo aos vídeos “Culinária” e “Danças”, que mostram a relação entre língua e cultura.

Boneco virtual no canto do vídeo faz a tradução em libras, a Língua Brasileira de Sinais.

Um dos pontos interessantes da mostra é a assessibilidade. Painéis em braille e a figura de um boneco digital que apresenta vídeo em libras permitem a inclusão do visitante com algum tipo de deficiência.

 

Curiosidades sobre a língua também estão acessíveis em braille, escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão. Foto: Vinicius Carrasco

Confira a entrevista em vídeo de Ana Cláudia Arruda, Iris Manfrinato e Gabriel Moura  com Tamires,  mediadora da exposição em Bauru.

 

SOBRE O MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA

 Em dez anos de funcionamento, o Museu da Língua Portuguesa recebeu cerca de quatro milhões de visitantes (319 mil destes em ações educativas). Primeiro do mundo totalmente dedicado a um idioma, trouxe ao país um novo conceito museográfico, que alia tecnologia e educação. Com uma narrativa audiovisual e ambientes imersivos, permitiu aos visitantes descobrir novos aspectos do idioma, elemento fundador da cultura do país.

O Museu foi atingido por um incêndio em dezembro de 2015 e atualmente está em reconstrução. A obra está dividida em três etapas: o restauro das fachadas (concluída) e da reconstrução da cobertura do edifício (concluída), o restauro dos pátios e torreões, a obra do interior do prédio. Por último, terá início a instalação da museografia. A previsão de reabertura é 2019.

O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura do Estado, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Tem como patrocinador máster a EDP, patrocinadores Grupo Globo, Grupo Itaú e Sabesp e apoio do Governo Federal, por meio da lei federal de incentivo à cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do Museu.

A realização da Mostra é do Ministério da Cultura, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura do Estado, e da Arquiprom, proponente e produtora do projeto. O patrocínio máster é da Sabesp. Instituto CCR, Vivo, EDENRED Brasil e Ticket, marca do Grupo, também patrocinam a iniciativa, todos por meio da Lei Rouanet. O apoio na sexta cidade da itinerância é da Prefeitura de Bauru.

 

Serviço: 

Estação da Língua Portuguesa em Bauru

até hoje 13 de outubro

Horário: sábado, das 14h às 20h

Local: Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva”

Avenida Nações Unidas, 8-9 – Centro – Bauru | SP

Entrada gratuita