Principais clones da série. Foto: Divulgação

Larissa Bastos/Círculo

Como indicação para essa semana, trazemos Orphan Black – uma série canadense de ficção científica, produzida pela BBC America e depois distribuída mundialmente pela Netflix, que conta a história de Sarah Manning (Tatiana Maslany) e muitas outras personagens que são idênticas fisicamente, ou melhor, clonadas, o que nos leva ao tema de hoje: como a biotecnologia pode mudar o mundo em que vivemos?

De acordo com o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), a ciência é “um conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de organismos vivos para modificação de produtos”. Atualmente, seu uso já é permitido para a produção de alimentos, na agricultura e até na medicina, mas é na biotecnologia moderna que encontramos estudos envolvendo informações genéticas humanas, como a manipulação de DNAs.

Entenda um pouco mais sobre o assunto no vídeo abaixo:

 

Em praticamente todo o mundo, a clonagem humana para reprodução é crime, e as consequências variam de multas altíssimas à prisão do autor. Em alguns países, ela é permitida apenas como forma de estudo e pesquisa, o que chamam de “clonagem terapêutica”. No Brasil, a Lei Nº 8.974, em vigor desde 05 de janeiro de 1995, “estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados”, e proíbe também qualquer tipo de manipulação de genes humanos.

No mundo de Orphan Black, a realidade é diferente. A clonagem humana não só é permitida, como também existe uma conspiração por trás dela. O Dyad, instituto de biotecnologia e autor do experimento secreto na ficção que originou as clones, é o responsável por monitorar e manipular a vida das muitas que ficaram como cobaias do estudo.

 

Sarah Manning, Helena, Cosima Niehaus e Alison Hendrix, personagens interpretadas por Tatiana Maslany. Foto: Divulgação

 

Uma curiosidade é que, inicialmente, elas não sabem da existência uma das outras – ou seja, não sabem que são clones – nem o mundo. Além de tornar a trama mais interessante, esse fato traz a seguinte reflexão: como seria o nosso mundo se a clonagem humana fosse permitida? A ciência avança juntamente com a tecnologia em ritmo acelerado, o que nos permite concluir que a possibilidade de logo termos uma cópia de nós mesmos andando por aí não está fora de cogitação.

Por mais empolgante que a ideia pareça, essa realidade exigiria diversas mudanças na nossa sociedade e em como ela é construída. Todo o processo teria de ser rigidamente fiscalizado, para evitar, por exemplo, a clonagem ilegal e/ou clandestina de pessoas, para fins religiosos, criminais, políticos, ou até mesmo para “ter” sua celebridade favorita, caso tivesse acesso à algum material genético dela. E esse “ter” traz outra questão: quem ou o que seria o dono desses clones, ou eles teriam o direito de ir e vir, como um cidadão comum, a partir de seu nascimento?

Orphan Black, apesar de uma ficção científica, auxilia bastante o entendimento do assunto, deixando esses e muitos outros pontos de interrogação em nossa cabeça. Ao longo de suas cinco temporadas, diversos contextos em que as clones estão inseridas são muito bem apresentados, devido principalmente à brilhante atuação da canadense Tatiana Maslany.

Confira o trailer da 1ª temporada:

 

A série foi finalizada em sua 5ª temporada, e todos os episódios estão disponíveis na plataforma de streaming Netflix. Divirtam-se! =)