Conheça as principais reivindicações empreendidas pelos trabalhadores ao longo do tempo

Mayrilaine Garcia e Nathália Piccoli

No dia 1º de maio comemoramos o “dia do Trabalhador”, ou como chamado nos países industrializados, o “dia do Trabalho”. Um feriado mundial, criado como forma de prestar homenagem àqueles que dão o suor a fim de sustento, sonhos e objetivos.

Para entender melhor a origem desse dia tão significativo, vale voltar no tempo e nos aprofundar no contexto histórico desse feriado.

No inicio da era Industrial, as condições do trabalhador eram vistas como lastimáveis, havia situações precárias e desumanas de trabalho, exercido em longas 13 horas. Diante disso, em 1º de maio em 1886, um grande número de trabalhadores se juntaram em Chicago e formaram  um protesto reivindicando s redução da carga horária para 8 horas.

Imagem ilustrativa a respeito de uma das principais solicitações feitas nos protestos em Chicago

Foto: Reprodução

Para o professor Roger Gomes, coordenador no curso de História e professor da Universidade Sagrado Coração, este dia é polêmico. “A solicitação feita pelos trabalhadores era vista como inadmissível, a partir disso começou o movimento e com isso as guerras, que logo vitimou fatalmente dezenas de trabalhadores”, relata o coordenador.

A greve se seguiu por vários dias e, infelizmente, também intensificaram os confrontos e a repressão do governo, exercidas por policiais, que tornavam cada vez maior o número de mortes de manifestantes. Até então, o manifesto ficou conhecido como “A Revolta de Haymarket” (por ser realizado na Praça Haymarket).

As manifestações se espalharam por vários países industrializados, que somaram seu apoio, em homenagem à iniciativa iniciada em Chicago.

Na foto feita nos manifestos em terrirório nacional, trabalhadores pedem por "Liberdade" Crédito: EBC

Na foto feita nos manifestos em território nacional, trabalhadores pedem por “Liberdade”. Foto: Reprodução/EBC

Com algumas evoluções surgidas a partir dos manifestos, três anos depois, no dia 20 de junho em Paris, a central sindical decreta o 1º de maio como uma data de luta máxima. Ainda que já estivesse destacado como um dia especial, apenas trinta anos depois, as oito horas de trabalho foram ratificadas pelo governo Francês, que também proclamou o dia das manifestações como feriado. A partir disso, outros países passam a seguir e aderir essa comemoração. Logo depois, em 1925, Arthur Bernardes foi quem deu a voz no Brasil e também aderiu o feriado. Vale citar que o país já estava passando por um momento, desde 1917, em que os trabalhadores nacionais estavam lutando por suas devidas valorizações, portanto o feriado surgiu como um‘feedback’ à fase vivida.

 

Situando no cenário atual

Perante o momento, que pode-se definir como “os primeiros passos do caminho para a vitória dos trabalhadores”, as reivindicações têm um processo cada vez evolutivo, passando por vários países que permitem contextualizar as evoluções com as situações  atuais dos trabalhadores.

“Hoje, é abrangente essa questão do mundo do trabalho, que envolve os direitos que foram assegurados, como a jornada de trabalho de 8 horas, férias, descanso semanal etc. É claro que, apesar de vermos tantas crescentes, o fato de termos legislações que defendem os trabalhadores não significa que todos estejam amparados”, declara a professora Línia Garrone, docente do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da USC.

Um cenário que estamos vivendo atualmente com característica das lutas dos trabalhadores do passado, são os protestos de professores reivindicando seus valores, e outro, que apesar de ainda precisar passar por muitos trâmites, vêm também trazendo muitas discussões, que é o projeto de terceirização no Brasil. É um fator que permite várias perspectivas, “contra” e “apoio”.

“Não sei dizer se a luta contra será resultante, assim como não podemos dizer se será aprovado o projeto, mesmo sendo um alvo atual por estarmos em um ambiente capitalista. O que posso dizer, é que se o processo for aprovado, ele vem e fica. O que cabe aos trabalhadores é ver até que ponto a terceirização é interessante ou não a eles, o que faz com que busquemos a lei”, opina Roger.

Por ser atual e ainda em discussão, fica claro que o tema precisa de nossas atenções e aprofundamento. Além disso, é fundamental a nossa visão sob o que acontece hoje no ‘mundo do trabalho’ e o histórico do feriado no primeiro de maio, apesar de comemorativo, demanda reflexão diante de perspectivas históricas e do futuro dos direitos trabalhistas.