Resenha
“Estações da Saudade” do jornalista Flávio Fogueral é composto por 89 fotografias que retratam o abandono do patrimônio arquitetônico da ferrovia após a privatização
Por Ana Giese
O fotolivro “Estações da Saudade” de Flávio Fogueral traz, em cerca de 70 páginas, 89 imagens da arquitetura das estações ferroviárias de Botucatu que retratam as características de abandono e desolação desses ambientes, mescladas a informações históricas e uma contextualização teórica explicando as causas que levaram a sua atual degradação, inseridas pelo autor para sensibilização do público. Todas as fotografias são coloridas e o mínimo de edição foi utilizado nas imagens, já que a intenção é que as fotografias retratassem o que os olhos do fotógrafo viram.
Inicialmente o trabalho consistia em uma análise da situação das principais estações do percurso entre Botucatu, cidade natal do autor, e Bauru, mas pelo curto período de tempo optou por apenas retratar a realidade das estações existentes em Botucatu. Uma localizada no centro da cidade, inaugurada em 1889, e a outra no distrito de Rubião Junior, de 1890.
O autor utilizou do registro fotográfico como uma forma de possibilitar ao receptor a visão dos cenários para aproximá-lo da atual situação em que um importante patrimônio histórico, que contribuiu de diversas formas para o desenvolvimento de muitas das cidades da região de Botucatu e de todo país, se encontra após anos desde seu sucateamento para utilização das rodovias.
O projeto também visa preservar a memória desses espaços através da linguagem da fotografia, dando ao mundo uma visão do que os atos dos seres humanos ocasionaram a parte tão importante da história, buscando assim conscientizar essa e futuras gerações para que mais impactos econômicas, sociais e culturais sejam evitados.
Estações da Saudade não é sobre os seres humanos, mas sim uma reflexão sobre as consequências dos seus atos.
Imagens do fotolivro Estações da saudade. Fotos Flávio Fogueral.