“O câncer não é uma sentença de morte, mas um convite para a vida!”, diz voluntária do grupo Amigas do Peito, Denise Marinho que superou dois cânceres de mama

Heloísa Manduca

 

Foto: Denise Cardoso Almeida

Denise durante lançamento do seu livro “A borboleta e os dois casulos”. Foto: Denise Cardoso Almeida

 

Denise Marinho, 41 anos, voluntária do grupo Amigas do Peito, superou dois cânceres de mama ao longo de 14 anos e compartilha com o Círculo_On a sua história.

Em 2001, com 27 anos de idade, Denise percebeu ao fazer o autoexame que tinha algo, que segundo “não fazia parte do seu corpo”. Após a suspeita, consultou um médico, realizou exames e teve a confirmação: seu primeiro câncer de mama. “Foi muito difícil não só para mim, mas para minha família inteira. Meu pai e meu esposo ficaram chocados.”, lembrou.

Denise contou que o câncer de mama faz parte do seu histórico e da sua genética familiar. Sua mãe, quatro tias e mais seis primas faleceram por conta de um diagnóstico tardio. Além disso, ela relatou que, apesar dos médicos recomendarem o exame de mamografia apenas acima dos 30 anos de idade, ela já se prevenia e se cuidava, pois conhecia os caminhos difíceis que a demora do diagnóstico poderia trazer.

O seu segundo câncer foi detectado em 2009 e, novamente, a experiência de momentos difíceis, mas também de aprendizado. Denise conta que cada vez que pensava na sua família e nos seus dois filhos, brotava uma força ainda maior dentro de si para que conseguisse vencer. “Os filhos na vida de uma mãe são tudo. Cada vez que eu olhava para eles, sentia uma força inexplicável e foi por eles que eu lutei”, disse emocionada.

Experiência transformada em livro

Ao longo dos anos, sua história se transformou no livro “A borboleta e seus dois casulos”, no qual Denise (a borboleta) relata a sua experiência com os dois cânceres (dois casulos) para dar forças às mulheres que estão passando pelo mesmo desafio. Ela também aborda temas como a sua gestação, a qual foi considerada de risco por conta das muitas quimioterapias ao longo do tratamento contra o câncer. A voluntária também deixou o seu apelo, dizendo que é muito importante que haja a conscientização por parte de todos, pois o câncer de mama pode afetar tanto as mulheres quanto os homens, mesmo que em menor frequência. O autoexame deve ser feito regularmente para que o diagnóstico seja rápido e com maiores chances de cura.

Grupo Amigas do Peito de Bauru

O grupo Amigas do Peito é uma ONG (Organização Não Governamental) que tem como objetivo auxiliar e dar apoio às mulheres que possuem o câncer de mama. O grupo foi fundado em 2003 por intermédio do médico mastologista Wiliian Davila Delgallo e conta com voluntárias que passaram pelo tratamento.

Foto Marion Caruzo

Denise em ensaio do projeto Iara sobre câncer de mama Foto Marion Caruzo