Evento promoveu reencontro e homenageou ex-funcionários da antiga Estação Central
Bruna Pessoa Sampaio
Foto: Bruna Pessoa Sampaio
O Museu Ferroviário Regional de Bauru comemorou no dia 30/04 o “Dia do Ferroviário”. O evento aconteceu no período da tarde e contou com exposições de peças feitas pelos ferroviários da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. O objetivo do evento, aberto ao público, foi promover um reencontro e homenagear os ex-ferroviários que trabalharam na Estação Central de Bauru, quando esta ainda funcionava como estação.
No século XX, Bauru recebeu três ferrovias: Noroeste do Brasil, Sorocabana e Companhia Paulista. Devido a importância dessas ferrovias à cidade de Bauru, em 26 de agosto de 1989, o Museu Ferroviário foi fundado com a finalidade de preservar os acervos das ferrovias.
Cosmo Rodrigues Feroz, 82 anos, trabalhou como manobrador da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, de 8 de abril 1958 a 18 de agosto de 1983. Segundo Cosmo Rodrigues, era muito difícil trabalhar com na ferrovia. “Era difícil sair aposentado dessa profissão se não estivesse faltando um dedo, porque quando íamos fazer os manuseios dos engates, o risco era muito grande”, conta.“Manobrador são aqueles que recebem o trem e fazem a manobra no pátio, separa o vagão e engata as locomotivas nos trens para seguirem viagem, então, era um serviço muito perigoso”, explica. Para Cosmo Rodrigues o único sentimento sobre aquela época é a saudade “porque éramos uma família”, conta.
José Carlos Aguado, 69 anos, trabalhou nos anos 60 na ferrovia. Ele trabalhava no trem de passageiros que ia de Bauru a Corumbá como jornaleiro, vendia revistas e jornais. “Aprendi muito trabalhando no trem porque como transportava muitas pessoas, convivíamos com bolivianos, paraguaios, argentinos e índios, então, tinha contato com muita coisa diferente”, revela José Carlos.
Elson Reis, secretário da cultura de Bauru, explicou o papel da secretaria na preservação do patrimônio cultural da cidade. “A Secretaria da Cultura é dividida em dois departamentos. Departamento de ação cultural que cuida das atividades, dos cursos, das oficinas, e o Departamento de Proteção ao Patrimônio Cultural, que é destinado exclusivamente à manutenção e à divulgação do patrimônio cultural da nossa cidade, departamento ao qual estão ligados os museus. Esse departamento tem como missão desenvolver trabalhos não só da guarda, mas da manutenção, da exposição do acervo, da forma que será exposto e a linha pedagógica a ser seguida. Conseguimos, nos últimos anos, melhorar as condições da estrutura do departamento. Nossa missão é manter, dispor e divulgar o acervo pra população”, explica.
Para o aluno de história da USC e estagiário do museu, Gabriel Mauad Amorim “trabalhar no museu é muito legal porque tem uma convivência agradável, são pessoas que frequentam aqui que geralmente são ferroviários ou estudantes e quando chegam ao museu os ferroviários se emocionam e os estudantes se impressionam. É um lugar muito bom pra conviver, para estar todos os dias por causa desse ambiente interessante que é o museu”, ressalta.
