“Nossa meta é de mil litros de leite. Quem pode ajudar?”, chamadas como essa são comuns na página virtual da pipoqueira Maria Inês Faneco. Grupo organiza ações por meio das redes sociais

Adham Marin e Júlia Martins

Maria Inês Faneco, coordenadora e voluntária grupo "Esquadrão do Bem". Foto: Júlia Martins

Maria Inês Faneco, coordenadora e voluntária grupo “Esquadrão do Bem” Foto: Júlia Martins

Morando em um imóvel de apenas 20 metros quadrados, a pipoqueira Maria Inês Faneco não encontra dificuldades para dividir o pouco que tem. Decidida a seguir os passos de sua mãe, que sempre a encorajou a dividir e ajudar o próximo, Faneco coordena o grupo de voluntários “Esquadrão do Bem”. Os envolvidos neste grupo realizam doações de alimentos, materiais de higiene pessoal e também roupas e sapatos nas comunidades carentes da cidade de Bauru.

Essa “corrente do bem” iniciou suas atividades no Jardim Vitória, bairro da Zona Nordeste de Bauru, porém, com a divulgação feita nas redes sociais, foi possível aumentar o número de comunidades atendidas. Atualmente, fazem visitas mensais nas quais entregam os produtos e alimentos, que são obtidos por meio de doações, nas periferias da cidade.

Ao falar sobre as cenas com as quais se depara durante as visitas, a pipoqueira relata a dura realidade vivida pelos moradores. “Dizer que, ao sair da comunidade após essas visitas, você se sente feliz é uma mentira. É um grande choque quando nos deparamos com as situações precárias das famílias nesses locais. Há muita desigualdade social. As crianças não têm um banheiro, nenhuma condição digna de vida”, diz.

Sobre suas experiências, relatou uma das mais marcantes desde que começou com o trabalho voluntário. “Uma das histórias mais marcantes foi a de uma garotinha que acompanhei desde seus oito anos de idade. Esforcei-me para alertá-la sobre assuntos importantes e presentes no seu dia-a-dia, como sexualidade e drogas. Porém, acabei perdendo o contato. Algum tempo depois, no dia de Natal, fui até sua comunidade levar alguns brinquedos e me deparei com a garota, que estava grávida. Além de tudo, notei que estava com mais três crianças, seus filhos também. Sua condição havia piorado. Isso mexeu muito comigo.”, conta.

Emocionada, Maria Inês diz que seu maior sonho é ver o fim da desigualdade e da miséria, porém acha difícil vê-lo realizado. E, quando questionada sobre o que a motiva a continuar sua caminhada e sua luta nesta causa, responde orgulhosa: “Cada vez em que saio de uma comunidade carente, penso e agradeço cada grão de arroz que como, cada pedacinho de chão que tenho. A realidade nesses lugares é extremamente precária. Por mais que eu não tenha muito, reconheço que essas famílias têm menos ainda. É isso que me motiva todos os dias a não desistir de ajudá-las”.

O grupo de voluntários “Esquadrão do Bem” conta com doações dos produtos que são levados às comunidades, que podem ser feitas por qualquer pessoa. O contato é através da página do grupo no Facebook, e também do perfil de Faneco.

  • Serviço:

Maria Inês Faneco: (14)999675-5495; Facebook