Os desafios dos fluxos migratórios. Fonte: Unsplash.com

Amanda Medeiros/Círculo

Migração é o ato de se mudar de um país para outro, de acordo com o dicionário Aurélio. Essa transição, por sua vez, pode ser motivada por guerras, perseguições políticas, religiosas e desastres naturais. Mas, acima de todos os conceitos possíveis, a migração é um processo humano que sempre existiu no mundo.

            Todos estão inseridos no cenário de constante migração, desde o extinto homo erectus até o homo sapiens sapiens. O primeiro devido a questões climáticas e a falta de alimento. Já o segundo é motivado por fatores econômicos e sociais, como é o caso dos venezuelanos no século XXI. O país enfrenta uma inflação astronômica que aumenta desde 2013. Consequência disso, o preço dos produtos de necessidade básica aumenta à medida que a qualidade de vida cai. Nessa conjuntura, a saída é ir para outro país para sobreviver.

            Localizada no norte do estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela, Pacaraima foi a cidade escolhida pelos migrantes para procurar abrigo. O município se tornou o refúgio daqueles que não encontram condições de viver em suas casas.

            Por outro lado, há anfitriões egoístas e que não dão a mínima para o que acontece da porta para fora. Logo, quem chega ao Brasil não pode se esquecer de pedir licença e tomar muito cuidado a cada passo dado. O intrigante é que o brasileiro age como se a migração fosse um processo exclusivo dos estrangeiros. Mais intrigante ainda é que havia 6.119 imigrantes brasileiros na Venezuela e 3.515 venezuelanos no Brasil até a metade de 2017, segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

            A história da humanidade sempre foi palco de migrações e de uns tempos para cá escreve um roteiro que transborda ódio. Coitado de quem vivenciar os reflexos desse enredo.