SELO 2016Mulheres representam 53% dos eleitores bauruenses. Nacionalmente elas também são maioria,  mas nas campanhas e nos cargos eletivos, a presença feminina precisa ser ampliada

Texto: Vitória Maffei e Maiara Celestino/ Círculo

Nas eleições deste ano, os eleitores vão às urnas para eleger prefeito e vereadores. Em todos os 5.568 municípios de todo o país, são 144.088.912 eleitores. Só em Bauru, são 263.470 pessoas aptas a decidir os rumos da cidade pelos próximos quatro anos.

 

Embora as estatísticas populacionais indiquem que a população de Bauru é majoritariamente masculina (veja Infográfico Raio X de Bauru), a maioria do eleitorado é composta por mulheres. Nacionalmente, elas representam 52% dos eleitores, percentual muito próximo ao de Bauru, que tem 53% de eleitoras, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  São 139.721 eleitoras contra os 122.851 eleitores na cidade (46,63%).  Outros 898 (0,34%) não informaram o sexo.

 

Arte: Laís Zorzete/C

Arte: Laís Zorzete/Círculo

 

 

Em contrapartida, segundo dados do TSE, apenas 30% das 286 pessoas que se candidataram a todos os cargos públicos nestas eleições são do sexo feminino.

A cidade ainda não elegeu em sua história uma prefeita e na eleição deste ano apenas uma candidata, Maria Flor (PSOL). O mesmo se observa com relação aos concorrentes ao cargo de vice. A chapa do PMDB é composta por Darlene Têndolo.

Um outro reflexo é perceptível com relação ao Legislativo, dos 283 candidatos à Câmara de Bauru, 196 são do sexo masculino, o equivalente a 66,44% enquanto as 87 candidatas representam 29,49%.  No atual mandato, das 17 cadeiras, há apenas uma representante do sexo feminino, que tenta novamente se reeleger.

Fonte: TSE / Arte: Laís Zorzete

Fonte: TSE / Arte: Laís Zorzete

Fonte: TSE

Fatia desigual: percentual por sexo dos candidatos nas eleições de Bauru. Fonte: TSE

A cuidadora de idosos, Brígida Lopes, de 62 anos, contesta, o fato da mulher não ter muita representação política. “Devia ter mais, já que somos maioria como eleitoras, devia ter mais mulheres “, afirma Brígida.

 

Devia ter mais, já que somos maioria como eleitoras, devia ter mais mulheres “

Brígida Lopes, cuidadora de idosos

 

Heloísa Teixeira Manduca, estudante, acredita que a falta de representatividade é problema nacional que precisa ser combatido. Foto: Arquivo Pessoal

Heloísa Teixeira Manduca, estudante, acredita que a falta de representatividade é problema nacional que precisa ser combatido. Foto: Arquivo Pessoal

A estudante Heloísa Teixeira Manduca, de 20 anos, concorda com a falta de representatividade da mulher no governo e vê o problema não só municipal, mas em nível nacional. “Isso é reflexo de uma sociedade machista que impede ou dificulta que a imagem feminina chegue a essas instâncias”, declara Heloísa. A estudante aponta também que as mulheres sofrem para entrar nos cargos políticos, além de ter dificuldades em conseguir exercer sua função sem nenhuma barreira imposta.

Isso é reflexo de uma sociedade machista que impede ou dificulta que a imagem feminina chegue a essas instâncias”

Heloísa Teixeira Manduca, estudante

De acordo com o cientista político e professor da USC, Bruno Pasquarelli, a questão da entrada da mulher na política é essencial. “Os partidos deveriam ter cotas para a entrada das mulheres na disputa partidária, para justamente dar conta da demanda da população, da representatividade das mulheres”. Segundo ele, a entrada das mulheres na política ainda é pequena. no Brasil.  “Isso tem de ser incentivado de alguma forma, você tem de promover de alguma forma, através de algumas políticas, essa entrada. Alguns partidos fazem isso, mas não com tanta força. Em outros países a gente tem essa inclusão de ferramentas que possibilitam maior entrada de mulheres na política tentando equilibrar um pouco o jogo. (..) Isso tem de ser incentivado de alguma forma, pelos próprios partidos”

Em outros países a gente tem essa inclusão de ferramentas que possibilitam maior entrada de mulheres na política tentando equilibrar um pouco o jogo. (..) Isso tem de ser incentivado de alguma forma, pelos próprios partidos”

Bruno Pasquarelli, cientista político

 

Grau de instrução

Outro dado interessante sobre o perfil do eleitorado grau de instrução.  é ensino médio completo e a faixa etária que mais tem representantes é de 30 a 34 anos, dados do TRE.

Com relação à instrução, 25% dos eleitores concluíram o ensino médio, 24,7% tem o ensino fundamental incompleto, 20,8% tem o ensino médio incompleto seguido por eleitores com o ensino superior completo (9,2%), ensino fundamental completo (8,7%), superior incompleto (6,2%) e aqueles que leem e escrevem ou são analfabetos representam respectivamente 3,8% e 1,4% dos eleitores.

No caso dos candidatos, a maioria também tem superior completo ou ensino médio completo.

 

Faixa etária

Enquanto nos eleitores, a maioria tem entre 45 a 59 anos (25% do total) e de 25 a 34 anos (20,53%), a faixa etária predominante da maioria dos candidatos é de 40 a 44 anos, seguida pessoas de 50 a 54 anos.

 

Fontes: IBGE/TSE/Câmara Bauru. Arte: Laís Zorzete/Círculo

Fontes: IBGE/TSE/Câmara Bauru. Arte: Laís Zorzete/Círculo

 

Serviço:

Nos links abaixo, do site do TSE, você pode checar:

Estatísticas do Eleitorado

Estatísticas eleitorais sobre as candidaturas