SELO 2016 Confira as respostas do candidato Henrique Almirates em entrevista da série Eleições 2016 com os candidatos à prefeito de Bauru

Transcrição: Ana Giese/ Círculo

O candidato aparecerá na urna com o número 10 pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB), do qual é atual presidente. Compõe a chapa com o candidato a vice-prefeito Coronel Lamoso. Com 58 anos, é natural de Santo Anastácio (SP), casado e aposentado. Essa é a primeira eleição á qual Almirates se candidata.

O candidato Henrique Almirates (PRB) foi o quarto entrevistado da série Eleições 2016. Foto: Alexsandro Costa

O candidato Henrique Almirates (PRB) foi o quarto entrevistado da série Eleições 2016. Foto: Alexsandro Costa

ELEIÇÕES 2016:  O que o senhor poderia acrescentar a esse currículo apresentado?
Almirates: Ah, bacana você me perguntar, porque você me dá um pouco da oportunidade de contar sobre a minha história. Então trabalhando desde os 14 anos de idade, fui sempre estudando em escola pública, passei em uns cinco ou seis concursos públicos de uma vez só e engressei na área de direito. E aí eu comecei e escolher algumas carreiras a medida de que os concursos públicos fossem me chamando, e na época eu optei por fazer carreira no Banco do Brasil e fiquei trinta e quatro anos nessa empresa. E trabalhei do Sul do país até o Nordeste do país, no estado de São Paulo, em várias unidades, várias administrações, e nos catorze últimos anos meus na área financeira administrei uma das mais importantes agências na Av. Paulista, que tive a oportunidade de trabalhar com grandes empresas, de todos os segmentos, inclusive no segmento de mídia, foi uma experiência muito bacana que eu tive.
Quando eu sai da área do banco fui convidado, me credenciou, para ocupar a secretária do governo do estado de São Paulo, eu fui secretário de estado por dois anos, ainda no primeiro governo Alckmin na área de desenvolvimento social do estado São Paulo. Depois que eu sai do governo de estado, eu fui convidado para ser diretor de uma parceria público privada na capital do país e nós estamos transformando a nossa capital brasileira, Brasília, no conceito de cidades inteligentes e como diretor institucional dessa concessionária, eu tive grande satisfação de participar da integração do sistema das secretarias e fazer aquilo que o Brasil ainda não tem. Há cidades inteligentes já espalhadas em várias regiões do mundo, no Brasil ainda não tinha nenhuma cidade com esse conceito e Brasília é a cidade que está mais caminhando a longos passos para se tornar uma cidade inteligente. Isso me deu oportunidade de fazer com que o meu conhecimento nessa área me serviu de base para criar nosso programa de governo aqui para cidade de Bauru, junto com várias pessoas especialistas nas áreas, há mais de dois anos eu coordeno o programa cidades inteligentes na cidade de Bauru que serviu de base ouvindo a população para criar o meu programa de governo que é a “Cidade 10”, da qual a gente tem oportunidade de debater um pouco.

ELEIÇÕES 2016: Almirates, a sua candidatura está amparada em uma coligação formada entre o seu partido, o PRB e o PT, Partido dos Trabalhadores. Caso o senhor vença as eleições, como os interesses dos dois partidos serão acomodados na gestão do município?

Almirates: Os interesses não serão nem do partido um e nem do partido dois, os interesses serão republicanos, ou seja, respublica, e é dessa forma que eu pretendo governar caso eu seja eleito. Que a população tem que estar acima de qualquer sigla partidária, os interesses têm que ser republicanos. O Partido dos Trabalhadores veio no projeto como coligado na proporcional para vereadores, então ai houve uma reunião de forças. No caso para majoritário eu sou presidente do PRB e candidato pelo PRB, e meu vice que é Pedro Lamoso também é filiado ao PRB, então nós estamos disputando com chapada pura para prefeito e vice-prefeito.

ELEIÇÕES 2016: Candidato, o seu vice é Coronel Lamoso, também do PRB. O que motivou a decisão em torno dele e o ele agrega à sua candidatura?
Almirates: Ele é doutor na área de policiamento, segurança. Formado, doutorado, fez curso fora do Brasil, fez pós, fez mestrado no Japão, é uma pessoa que comandou tanto a cidade de Bauru e a região de Bauru, como a região de Ribeirão Preto e também foi para o alto comando da polícia militar e subcomandante do estado de São Paulo, comandou toda a polícia no estado de São Paulo inteiro. E além do mais é uma pessoa ficha limpa como eu, nunca concorremos a um cargo público, então nós temos que usar a nossa experiência de vida, o nosso passado limpo para que a gente possa fazer o nosso conhecimento administrativo. E criou um projeto de segurança para cidade de Bauru que nenhuma outra cidade do país tem. Ele desenvolveu um projeto onde está atualmente o Copom que é uma área de risco de planejamento, que nós vamos colocar junto com o governo do estado, tanto a polícia militar, como o DAE, como a Emdurb, como o SAMU, como todas as áreas, Defesa Civil, para que juntos a gente possa fazer uma conexão, uma integração de sistemas, isso vai facilitar muito a vida do cidadão, reduzindo riscos de ocorrências e atendimento mais rápido.

ELEIÇÕES 2016: Ainda sobre segurança pública, vimos que em seu plano de governo há o projeto de reestruturar os conselhos municipais de segurança e combate às drogas. O que o senhor propõe neste projeto?
Almirates: Os conselhos que existem hoje, a maioria deles não funcionam infelizmente. Eu já participei de algumas reuniões e vão lá se tratar assuntos como poda de árvore, mato, terreno abandonado, coisas que poderiam ser tratadas em umas zeladorias públicas que nós vamos estar criando. Questão de segurança, para ser tratado a questão de iluminação pública, outros itens que agregam a questão de segurança. Dentro do nosso projeto, por exemplo, nós vamos estar integrando mais o conselho e vamos criar o conselho municipal, porque o conselho de segurança que existe hoje é estadual, então nós vamos trazer para o conselho municipal, fazer com que a população tenha o prestígio de estar opinando, cobrando das autoridades e estaremos mais presentes nos conselhos municipais que hoje não tem, e o que tem, que é o estadual, não funciona.

ELEIÇÕES 2016: Candidato, gostaríamos que o senhor explicasse qual é o modelo de gestão por trás do slogan “Você decide, eu faço”, utilizado em sua propaganda política.
Almirates: Eu vou te explicar como é que foi pensado. O número do nosso partido é o número 10, então há dois anos atrás quando nós começamos a pensar o programa “cidades inteligentes”, que nada mais é do que uma cidade mais eficiente, nos separamos a cidade em 10 áreas e começamos a estudar cada uma dessas áreas, e nós temos mapeado hoje as prioridades de cada bairro. Imagina você, que quem mora na zona norte de Bauru tem uma prioridade que, em hipótese, pode ser que o primeiro seja segurança, o segundo seja saúde, terceiro seja buraco na rua, alguma coisa. Quem mora na zona sul pode ser outro tipo de prioridade, quem mora na leste, na noroeste, vai sendo diversificados essa questão de prioridade, então nós vamos construir no programa de governo ouvindo a população, e a população opina e nós priorizamos cada uma dessas áreas do serviço. Então quando eu falo “Você decide, eu faço”,  quase 90% nós já sabemos quais são as prioridades por área, nós temos a capacidade de em 10 semanas de governo sabe onde vamos começar a trabalhar, não precisamos mais estudar isso ai, nós já temos mapeado, analisado, diagnosticado e sabemos como fazer, seja na área de infraestrutura, seja na área social, na área da saúde, enfim, nós temos um mapa e o raio X da cidade e esses 10% de margem que eu deixei são coisas que aparecem no decorrer da campanha que a gente pode aprimorar o nosso programa.

ELEIÇÕES 2016: Como o senhor pretende alcançar a meta de seu plano de governo de tornar Bauru uma das cinco cidades mais importantes do estado de São Paulo e estar entre as dez melhores do país? Quais seriam as primeiras medidas a serem tomadas?
Almirates: Nós temos algumas variáveis que a gente precisa fechar para que isso aconteça. A primeira é a desorganização administrativa que passa essa cidade, nós temos sérios problemas em quase todas as áreas. As áreas não se conversam, as áreas não são integradas, não há um líder forte de tomada de decisão, então nós sabemos como reorganização essa cidade no curto prazo. Em dez semanas nós vamos corrigir várias situações que estão aos olhos vistos da população, como a água vazando na rua e outras tantas coisas que estão acontecendo, que temos como corrigir a curto prazo, especialmente a saúde e ausência de emprego.
E depois nós temos que pensar essa cidade em 5, 10, 15, 20, 30 anos, porque os nossos netos, o filho de vocês e outras pessoas que possam estar nos ouvindo tem que receber uma cidade melhor no futuro. Se você criar esse caminho, a cidade com o potencial que ela tem, a localização geográfica que ela tem, ela vai rapidamente retomar o crescimento e vai se colocar melhor no rawnking ao qual você se referiu aos números. E como é que você faz isso? Eu vou criar o CODEN (o Conselho de Desenvolvimento Econômico) da cidade de Bauru e você coloca sob base três colunas para garantir esse conselho de desenvolvimento, sendo o primeiro a questão legal, ou seja, o governo do executivo, do legislativo, do judiciário e com a participação também do Ministério Público. No pilar do meio, ai aparece vocês, enquanto universidades, enquanto área acadêmica. Todos os reitores, diretores serão chamados dentro do gabinete desse conselho para discutir estratégias modernas, eficientes e de futuro desenvolvedor. E na terceira coluna, nós vamos criar o bloco temático, são as empresas, as associações, a comunidade, para que junto essas três colunas escolham para onde Bauru tem que caminhar nos próximos anos e aí nós tiramos o controle político no aspecto de decisões desastrosas como estamos acompanhando para colocar um conselho executivo e aí se justifica ter um cargo comissionado, cargo de confiança dentro do governo, que de retorno a população. Juntos essa plenária caminhará para onde a cidade tem que ser desenvolvida, é nessa linha que eu planejo.

ELEIÇÕES 2016: Candidato, ainda em relação ao desenvolvimento econômico, vimos que uma medida a ser tomada em seu mandato seria a padronização do comércio de ambulantes. Por que essa proposta e qual é a importância desse segmento na cidade?
Almirates: Primeiro pela questão da segurança. Hoje a desorganização desses comerciantes se deve primeiro, porque a grande parte pode não ter alvará de funcionamento e aí a prefeitura não está colaborando nesse aspecto. Segundo lugar, que tipo de produto está sendo vendido? Que risco ele pode levar a população? Será que ali realmente são produtos legais, ilegais ou está tendo algum outro tipo de comércio, que está mascarado? Ao você padronizar o trabalho, que é muito importante ser preservado desses comerciantes, você tem que identificá-los com uma única cor da cidade de Bauru, não pode fazer puxadinho, e ir fazendo cobertura cada um do seu tipo, avançando em cima de calçada sem uma organização. A cidade tem que dar condições para colocá-los em um lugar tranquilo, com responsabilidade, com garantia, com segurança, mas também tem que existe uma contrapartida. A questão da fiscalização, tem que estar em dia com seu alvará, a questão do recolhimento das suas taxas, enfim, a prefeitura pode sim contribuir muito, e há espaço e nós já estudamos aonde nós vamos estar instalando isso. Na verdade, ninguém vai perder emprego, aqueles que estão trabalhando honestamente serão preservados e a gente vai ajudá-los a crescer.

O candidato responde à perguntas e apresenta suas propostas durante a entrevista. Foto: Alexsandro Costa

O candidato responde à perguntas e apresenta suas propostas durante a entrevista. Foto: Alexsandro Costa

 

ELEIÇÕES 2016: No seu plano de governo é citado que Bauru tem quatro distritos industriais que precisam ser reativados. O que o senhor pretende fazer para conseguir isso já que, com o passar dos anos, as empresas foram migrando para outras cidades que oferecem melhores condições?
Almirates: É verdade, eu sou amigo há muitos anos do Ministro da indústria, Comércio Exterior de Serviço, Dr. Marcos Pereira, que é o presidente licenciado do meu partido, e eu estou sempre conversando com ele. Estive em questão de 15 dias, tratando desse assunto no gabinete dele, a minha preocupação com a falta de investimento na área de distritos industriais aqui de Bauru e também que as empresas no decorrer desses últimos anos se afastaram daqui, algumas foram para outros lugares. Bauru não trouxe nenhuma fábrica de pirulito nesses últimos anos para você ter uma ideia, então nós estamos exportando serviço e mão de obra das cidades vizinhas. Se você der uma volta nos distritos industriais, você vai ver o estado de semiabandono que eles se encontram, falta toda infraestrutura que você poderia pensar. De asfalto, boca de lobo quebrado, iluminação precária, esgoto correndo a céu aberto, falta de segurança e vai por aí afora. O distrito quatro, que é um protótipo de distrito, se é que a gente pode considerá-lo como distrito, é uma área totalmente abandonada com falta de iluminação, foi invadida recentemente por uma ocupação, enfim, que investidor se sente motivado a vir pra Bauru nessas condições? Então quando grandes empresas ou médias empresas querem se instalar em uma cidade, ela procurar ver a questão da segurança, da água, do esgoto, uma série de fatores, que ela não quer ter a marca da sua empresa aliado a um desgoverno. Nós vamos corrigir isso, o ministro já me garantiu como fazê-lo, já estudamos como como atrair e a questão também é de agregar investimento em tecnologias. Bauru tem ótimas universidades, grandes faculdades, tem mão-de-obra qualificada  pra trabalhar e quando você olha o centro velho da cidade, ali na região das estações, você vê quanto abandonada está nossa cidade. É possível a gente começar um projeto voltado nesse espaço de criar uma parceria público-privada, ou uma parceria pública-pública com o governo do estado, e com o governo federal e criar trabalho, ponto de serviços, de atrair empresas de tecnologia. Essa história de que vai criar um novo distrito eco alguma coisa, no papel é muito bonito, mas na hora de colocar de pé você tem que construir com solidez, com tecnologia, infraestrutura, é aquilo que falta na nossa cidade como um todo.

ELEIÇÕES 2016: Uma das questões que mais preocupa o bauruense é o lixo, que atualmente tem sido destinado a aterro sanitário de uma cidade vizinha. Como equacionar essa questão?
Almirates: Olha, primeiro já está errado a forma de tirar o lixo daqui a forma que foi tirado, ou seja teve tempo suficiente para criar um novo aterro dentro da norma da legislação, e foram empurrando isso com a barriga até o último dia, a ponto da prefeitura pagar taxas de multa para Cetesb porque já tinha atingido a capacidade e foi de imediato transferido para um aterro particular na cidade vizinha de Piratininga. Eu não sei a quem possa ter interessado esse tipo de ação, mas nós estamos tirando dinheiro do bolso do município e levando para o bolso de uma empresa particular.
Hoje, o presidente da Emdurb, informou que ele está contratando mais três caminhões para ajudar na coleta, porque com a transferência do lixo mais longe vários problemas começaram a acarretar, desgaste, pedágio, gasolina, diesel, e vai por aí a fora. Olha, eu fico me perguntando, se não tem dinheiro como é do céu olha eu fico me perguntando, se não tem dinheiro, se todo mundo fala que não tem dinheiro, como é que se aumenta a despesa do dia para a noite contratando mais três caminhões? Então como é que se resolve a questão do lixo? Enfrentando o lixo de uma forma inteligente. Muitas das problemáticas que tem, a melhor solução, é a solução mais simples, e qual seria a solução mais simples para o lixo?
Primeiro, você tem de começar um trabalho desde as escolas municipais para ensinar as pessoas a fazer compostagem na sua casa, reciclar cada vez mais, aumentar a capacidade de reciclável na nossa cidade, isso diminuirá, e muito, a questão de tonelagem que você hoje joga nos aterros, isso cria emprego através de frente de serviços com cooperativas. É só você dar uma volta nos bairros de Bauru, que você vai se espantar com a quantidade de lixo que é jogada nas encostas, nos vales, nos terrenos baldios. Como que você resolve isso? Você coloca contêineres espalhados em regiões que já são monitoradas, que nós já sabemos pontos, amplia-se os ecopontos também para colocar aquilo que é possível, e nesses contêineres nós vamos colocar com sensores, que a medida que o lixo atingi determinado ponto de estocagem, ele avisa uma central para que o caminhão vai lá retirar. Então você tem que dar a população passo a passo o que fazer, começa com a compostagem, melhora a questão da reciclagem, melhora o ponto de coleta e aí você vai fazer o que lá na frente? Você vai ter que tratar esse lixo, você já separou, você já fez e eu não acho bacana você jogar o lixo no quintal do vizinho, acho que ninguém que está nos ouvindo faz isso, não somos nós que vamos fazer.
E aí entra a parceria público privada. Como é que é feito isso? No governo tem um mecanismo de chamamento de proposta de manifestação de interesse, que o pessoal conhece como chamamento do público. Nesse momento você fala para o mercado o seguinte, “quero resolver o lixo da minha cidade”. Virão propostas aqui, e todos os tipos de solução. Nesse momento entra a capacidade técnica do administrador e vai escolher aquilo que é mais barato, e aquilo que é mais eficiente para fazer o tratamento do lixo, é nessa linha que nós vamos fazer e é nessa linha que nós vamos resolver o lixo para parar de jogar e dar dinheiro para os outros.

 ELEIÇÕES 2016: Ainda sobre a questão ambiental. Quais seriam a seu ver, as próximas etapas para dar continuidade ao plano de ação municipal relativo ai tratamento de esgoto?
Almirates: Bom, você tocou dois temas, o primeiro é sobre a questão, e a questão do tratamento de esgoto. Vamos começar então pelo tratamento de esgoto.
Hoje está sendo construída uma estação de tratamento do esgoto, que é uma obra grande, uma das maiores obras que está em funcionamento hoje, que o governo federal destinou 118 milhões de reais, para que fosse iniciada as obras, e ele vem passando isso parceladamente. Paralelamente a isso, todos nós bauruense pagamos uma taxa, que é uma taxa de fundo de tratamento do esgoto. Como é que funciona isso? Quando você pega sua conta de água, 60% do valor é tarifa de água, 40% do outro valor é esgoto, e 40% do valor do que você paga a água, é uma taxa que você paga para criar o fundo de tratamento do esgoto. Isso vem sendo recolhido há muitos anos e já passa da casa de 100 milhões de reais.
Olha, se o governo federal está mandando recurso para fazer a estação do tratamento de esgoto, em algum momento esse dinheiro vai ter que ser usado em outra área, uma parte com a manutenção a outra parte pode ser destinado a outro tipo de assunto. Tem que se coletar todo o esgoto da cidade, tem que se tratar e tem que voltar para o Rio Bauru de uma forma limpa, ou pelo menos que ele tenha condições de voltar a viver, porque hoje nós temos aqui um mini Rio Tiête passando dentro da nossa cidade. Tem que se criar 100% do que tem que ser coletado do esgoto para que ele possa ser captado nessa futura estação de tratamento, quando for concluída a obra, e é aí que começa a aparecer a incapacidade administrativa que nós temos aqui.
Por erro de projeto e por atraso de obra, essa obra já está custando mais de 20 milhões a mais do que foi tratado. Esse dinheiro vai sair desse fundo de tratamento do esgoto, que poderia ser usado para outras coisas. Com 20 milhões de reais, você que está me ouvindo, era possível fazer mais de 500 casas populares, nunca mais faltar remédio aqui para cidade, construir creches, porque aí você muda a lei com a sobra do recurso e aplica na melhoria da saúde, por exemplo, ou na questão educacional. E aí você também pensa na questão do meio ambiente. Bauru é hoje cercada por três APAs (áreas de proteção ambiental), e você precisa mudar a questão da lei orgânica do município, alguns incisos e artigos, para que você possa mexer nessas áreas ambientais com equilíbrio. Tem como a gente melhorar a área maior, protegendo o cerrado que nos cerca. Temos que preservar isso, mas temos que viver, a cidade tem que desenvolver, criar emprego, como morar. Então tem que ter um administrar equilibrado para fazer isso.

ELEIÇÕES 2016: Almirates, em relação à educação, o seu plano de governo prevê a implantação do plano educação nota dez. Quais medidas seriam tomadas a partir dessa proposta?

Almirates: Ok, vamos começar então pelo ensino infantil, a questão de creche. Creches, hoje, é mais ou menos em torno de 1000 crianças esperando vagas nas creches. Outro problema que se acentua, se você seguir o que se projeta, lá para o ano de 2023 a 2025, a taxa de natalidade vai estar caindo e a oferta de vagas da creche vai estar subindo e elas vão se encontrar próximo desses anos que eu citei para vocês, mas nós precisamos antecipar isso. Como fazer?
Primeiro, ter recurso para fazer isso, você não consegue construir, fazer nada, se você não tiver dinheiro. Qual a solução de imediato? Nós vamos criar duas creches piloto, uma no centro da cidade e uma na região sudeste. Porque muitas das mães estão perdendo seus empregos ou tem que levar alguém para buscar seus filhos no horário e aí tem que pagar para que a pessoa vá buscar antes da hora, porque elas funcionam das 7h00 da manhã às 17h00. Imagina você, uma mãe que trabalha e sai às 18h00 do emprego. Como é que ela vai buscar o filho ou os filhos dela às 17h00? Não dá, então ela tem que mandar um responsável, contratar uma pessoa para buscar essa criança, isso também se deve na entrada. Muitas vezes, ela começa a trabalhar às 10h00 ao meio-dia, como é que ela vai deixar criança lá às sete e tem que buscar, porque o máximo de tempo permitido são 10h00 para essa criança fica lá. Nós vamos flexibilizar tanto o horário de entrada, quanto o horário de saída para atender essas mães. E nós vamos colocar a Secretaria da Educação com a Secretaria social para juntas verificar a real necessidade dessa flexibilização do horário.

Então nosso programa “nota 10” começa para resolver o assunto de creche, depois nós vamos evoluir para a questão do ensino fundamental e também para o ensino infantil. Nós vamos separar a área pedagógica da de infraestrutura. As pessoas que trabalham na área pedagógica, diretor, auxiliar de diretor, professores, assistentes, eles vão cuidar única e tão somente como tratar a questão pedagógica, não vai ter mais a preocupação com o prédio, com encanamento, com o telhado, com o computador que não funciona, etc. Isso nós vamos criar uma estrutura privada de longo prazo para que possa rapidamente substituir, da porque se for depender agilidade do governo licitar e comprar, quando você compra o computador daqui a pouco já não serve mais para nada. Então já existe alternativas para que isso possa ser reposto rapidamente e deixar o professor, diretor cuidar das crianças, que o nosso grande objetivo, e maior investimento que um prefeito pode deixar para uma cidade é educação, por isso que ela chama educação nota dez, entre outras coisas que nós temos dentro do nosso programa.

ELEIÇÕES 2016: Como viabilizar propostas e planos de governo diante da limitação orçamentária do município de Bauru, que tem perdido arrecadação ano após ano?
Almirates: Dentro do programa “Cidade 10”, tem um programa “prefeitura enxuta”, e nós vamos fazer mais com menos, fiscalizar Bauru e como é que isso vai funcionar na prática? Primeiro, o mais com menos, nós vamos criar uma central de compras entre todas as secretarias de governo e ao você centralizar essas compras, gente vai ter controle absoluto do que se compra e se, se compra certo, no melhor preço. E depois nós faremos a distribuição entre às secretarias daquilo que elas são consumidoras internas.

Usando também o modelo de Maringá, lá se economizou 6 milhões de reais na compra de materiais de uso comum, de todas as secretarias em um ano. Isso não é feito aqui, aqui se esbanja na compra, erra na compra e depois perde prazo com o medicamento, é lápis e produtos escolares que não se utilizam e vai por aí afora. E no primeiro dia de governo eu vou criar o “fiscaliza Bauru” através de uma controladoria. Essa controladoria, nós vamos estar apurando todo o desperdício de gasto, acompanhamento de funcionários que possam estar causando o mau atendimento à população, a questão da distribuição do almoxarifado, enfim, nós temos tantas medidas que vão fazer sobrar dinheiro em algumas áreas. Mesmo assim nós vamos avançar mais. Como? Hoje existe aproximadamente meio bilhão de reais em dívidas a serem recebidos da prefeitura que pouco se faz para receber. A prefeitura consegue recolher por ano, por volta de 19 milhões de reais em dívidas ativas. Eu estou falando de grandes dívidas, não estou falando de pequenos IPTU, pequenos proprietários, estou falando dos grandes. Esses grandes têm muita dificuldade em pagar e nós temos, sabemos como, já estudamos como, eu tenho analistas de sistemas financeiro público, nós vamos elevar a capacidade de arrecadação de 19 milhões dessas dívidas para 60 milhões de reais. Com 60 milhões de reais no caixa da prefeitura, posso garantir para os seus ouvintes que nós vamos corrigir muita coisa que está errada e faltando dinheiro, mas para isso você precisa gastar bem, e como administrador as vezes você precisa cortar, e cortar, você precisa saber aonde você tem que cortar, para que não falte a questão prioridade, que é a saúde, a segurança, outras áreas prioritárias do governo.
Então precisa ter administrador, quanto menos dinheiro tiver para administrar ai que vai mostrar competência administrativa do prefeito, porque administrar com dinheiro e caixa, qualquer pessoa com pouca experiência consegue. Agora nós vimos o que aconteceu, no primeiro ano do governo tinha dinheiro sobrando, então era mais fácil de governar, já no segundo governo olha como a cidade está sendo entregue, muitas dificuldades. Faltou dinheiro, faltou competência administrativa, então nós sabemos como resolver isso ai.

O candidato a prefeito de Bauru, Henrique Alberto Almirates Jr (PRB), é o quarto candidato a ser entrevistado pelos estudantes de jornalismo na série Eleições 2016

Arte: Laís Zorzete/Círculo

 

Ouça o podcast da entrevista:

Ficha técnica:
Entrevista gravada nos estúdios da Webrádio USC.
Apresentação: Bruna Sampaio, Mayrilaine  Garcia e Luiz Augusto Ramos
Produção: Bruna Sampaio, Mayrilaine, Luiz Augusto Ramos, Leandro Pinto.
Vídeo e Edição: Leandro Pinto/Círculo
Trabalhos Técnicos na Webrádio: Alex Costa e Leandro Zacarin
Supervisão: Professores Daniela Bochembuzo e Vinicius Carrasco