SELO 2016 Respostas do candidato Clodoaldo Armando Gazzetta, na segunda entrevista da série Eleições 2016 com os candidatos à prefeito de Bauru

Transcrição: Vitória Maffei/Círculo

Clodoaldo Armando Gazzetta é candidato a prefeitura de Bauru pelo Partido Social Democrático (PSD) na coligação “Bauru sempre em frente” que conta com mais 9 partidos ( PTB, PP, PSB, DEM, PSC, PC do B, PEN, PROS e REDE), aparecerá na urna com o número 55. Clodoaldo, já foi candidato a Deputado Estadual, Federal e a Prefeitura de Bauru. Tem 48 anos, é casado e biólogo. Tem como candidato a vice-prefeito o empresário Toninho Gimenes.

 

Clodoaldo Gazzetta foi o segundo entrevistado da série Eleições 2016

Clodoaldo Gazzetta foi o segundo entrevistado da série Eleições 2016   Foto: Círculo

ELEIÇÕES 2016: O que o senhor poderia acrescentar às informações desse breve currículo a seu respeito?

 

Gazzetta: Eu tenho uma longa historia com a cidade de Bauru, estou aqui a 40 anos vim para cá com 7 anos de idade. Conheço a cidade como poucas pessoas por que já fui candidato 4 vezes e a minha eleição 1991, disputei, fui o candidato mais jovem da historia da cidade a disputar uma candidatura a prefeito. Depois assumi a Secretária do Meio Ambiente onde posso destacar alguns projetos importantes para cidade, coleta seletiva que foi implantada naquela época, aterro sanitário que teve seu esgotamento a praticamente três meses atrás foi feito também naquele momento e o jardim botânico, além de todas as políticas ambientais do município que foram desenvolvidas naquela época. Depois disso atuei no movimento socioambiental, trabalhei nas principais ONGs do país a onde desenvolvi,  mais ou menos, 25 projetos na nossa região e também em algumas regiões do país, também escrevi 4 livros com tema socioambiental. Só acrescentando essas informações acho que resume um pouquinho a minha vida.

 

ELEIÇÕES 2016: Candidato, o senhor permaneceu 23 anos no PV e se filiou neste ano ao PSD, liderado por Gilberto Kassab. Como essa mudança de partido em um ano de eleição deve ser encarada pelo eleitor?

 

Gazzetta: Eu tenho uma vida muito longa com o PV. Fui fundador do Partido Verde na cidade de Bauru, lá 1992, só tinha dois filiados naquele momento na cidade, naquele momento também fui candidato do partido, primeiro candidato Partido Verde na America Latina. O PV nunca tinha lançado candidatos a prefeitura em cidades do Brasil, então eu tenho uma historia,uma militância muito longa com o partido, foram mais de 25 anos de trabalho. Acredito que tenho ajudado bastante no crescimento do PV, tanto nível local como estadual e chega um  momento na vida da gente que temos que optar por outros caminhos até por que dentro do partido todas as minhas cotas de projetos, ideais, de ideias, de propostas vinham se esgotando. Eu vinha do movimento interno do PV que tinha dado sustentação a candidatura da Marina Silva enquanto ela estava no partido, com a saída dela do PV, eu  acho que foi o ultimo a deixar a sigla depois da saída da Mariana. Não vejo nenhuma dificuldade na minha migração para outro partido, acho que é um processo de escolha, chega um momento na vida da gente em que a gente precisa escolher um outro caminho e eu decidi me desligar do partido, mas a onde eu deixei vários amigos e tenho muito orgulho da historia que construí por lá.

 

ELEIÇÕES 2016: Gazzetta, a sua candidatura foi lançada por meio de uma coligação que envolve, além do seu partido, as legendas PTB, PP, PSB, DEM, PSC, PC do B, PEN, PROS e REDE. Caso o senhor seja eleito, como os interesses desses dez partidos serão contemplados durante a composição do seu governo municipal?

 

Gazzetta: Se fosse em uma lógica de 4 anos atrás, certamente essa composição de 10 forças políticas ia pressupor que nos que nos pleitearíamos os cargos públicos com os parceiros que estão nos apoiando, isso se fosse uma lógica de 4 anos atrás. Não estamos mais por que o país mudou nestes últimos anos, com a saída das pessoas as ruas, com os movimento que foi crescente contra a corrupção, contra essa historia de dividir governo, com a questão do aparelhamento do estado por partidos políticos. Essa não é uma realidade das eleições de hoje, talvez eu tenha tido uma das maiores dificuldades do que todos os outros candidatos  para compor o meu grupo de partidos, principalmente por que em Bauru existem forças políticas muito poderosas que não queriam esses partidos tivessem a possibilidade de escolha e caminhassem em um projeto alternativo para cidade que é o que nos estávamos formando naquele momento, alguns desses partidos inclusive foram ameaçados de não estar com a gente. Todos os 10 partidos que vieram, vieram por livre espontânea vontade por que acreditam que a gente pode construir uma cidade diferente a partir do ano que vem, por que estão cansados dessas forças políticas que sempre amararam nossa cidade no passado e querem se ver livre dessas forças. Por isso que nos temos ai 10 forças políticas que no ponto de vista ideológico a gente congrega praticamente a cara do município, mas sem loteamentos de cargo, todos sabem disso.

 

ELEIÇÕES 2016: O seu vice é Toninho Gimenes, do PTB. O que motivou a decisão em torno dele e o que ele agrega à sua candidatura?

 

Gazzetta: A escolha do Toninho foi meio que natural, como disse essas forças políticas muito poderosas queriam que a minha candidatura ficasse meio que esvaziada. O PTB havia uma outra composição política naquele momento, ai uma conversa informal com o Toninho e com o grupo político dele a gente imaginou que pudéssemos caminhar juntos. O Toninho não era escolhido para ser o vice, mas nesses contextos da política acabou sobrando para ele ser o vice. Ele não tem nenhuma historia política na cidade, apesar de ter uma empresa que sempre prestou serviço para políticos em Bauru, então a participação dele na eleição, a gente até comenta um com outro, deve ter sido pelas mãos de Deus por que ele nos uniu naquele momento de dificuldade política tanto para mim quanto para ele e acabou costurando uma aliança que depois foi atrativa para mais nove forças política. E o Toninho é uma pessoa que todo mundo quer ter por perto, é um cara do bem, uma pessoa que sempre trabalhou pela cidade, que tem sua empresas aqui que gera emprego, que gera renda, ajudou o Noroeste em momentos importantes da historia do clube, faz parte diretoria da Sorri que é uma entidade filantrópica da cidade, que tem um trabalho maravilhoso com as pessoas do município que necessitam de saúde pública. Então o Toninho é uma referencia em termos de gestão, como empresário, e também como pessoa nas atividades profissionais que desenvolve.

 

ELEIÇÕES 2016: Candidato, o seu plano de governo se baseia em cinco estratégias. Uma delas envolve a geração de mais empregos e renda à população. Como pretende fazer isso neste contexto de fechamento de empresas?

 

Gazzetta: Esse é um desafio, é um desafio até mesmo por que, é, eu sempre faço pesquisa de avaliação do cenário da cidade enquanto a gente é candidato, quando tem recursos para fazer as pesquisas. Então nas últimas 4, 5 eleições que a gente tinha sempre um pouquinho de recurso nos fazíamos pesquisas para medir a visão das pessoas, a intenção de voto dos candidatos, nessa especificamente a geração de emprego foi apontada pela população de Bauru como o segundo problema do município, a saúde continua sendo o maior problema como sempre em todas as pesquisas que a gente faz, mas a geração de emprego hoje é uma realidade muito gritante hoje na cidade e nos precisamos agir rapidamente  pra isso. Nós temos algumas ações de médio, curto e longo prazo, a de curto prazo é geração de emprego rápido e a primeira coisa que preciso fazer a partir do momento que ganhar as eleições é começar a conversar com os empresários da cidade  e pedir para eles o que eu preciso fazer enquanto prefeito para que vocês permaneçam em Bauru gerando emprego, muitas empresas que estão instaladas hoje em Bauru estão pensando em sair daqui pela volta do diálogo que elas sentem em relação a prefeitura e com os entraves burocráticos que existem no município e que atrapalham no desenvolvimento dessas empresas, e eu como prefeito vou fazer esse primeiro exercício de dialogo com as empresas. No segundo momento é a geração de emprego rápido que estão em vulnerabilidade, vou contar a historia rapidamente do seu Paulo, que é um catador de recicláveis que mora na favela do Jardim Europa, ele ganha 400 reais por mês paga 260 reais de conta de energia elétrica praticamente não vive. O que ele me pediu quando fui visitar a favela do Jardim Europa que se a prefeitura pudesse comprar uma prensa, ele conversaria com mais duas ou três pessoas que trabalham com essa mesma atividade. Eles prensariam o material e ganhariam um pouquinho mais de recurso com isso, certamente ele passaria de 400 reais para quase 1.000 reais, se ele conseguisse ter uma prensa que custa 10.000 reais. A prefeitura pode fazer isso, através da Secretária de Bem Estar Social, ela pode comprar equipamento, pega o seu Paulo com mais duas ou três pessoas e junta numa cooperativa, transformam essas pessoas em uma empresa social que é o nome que nós demos para gerar emprego rápido para pessoas que estão em vulnerabilidade, até mesmo por que seu Paulo mora no meio de uma favela, do lixo e do esgoto. Um terceiro ponto, uma ação mais estratégica de longo prazo, nós precisamos até pela nossa falta de representação política na região nossos deputados “male má” nos representam. A gente vai precisar envolver todos os prefeitos dessa macrorregião e Bauru precisa encabeçar esse movimento para que nós posamos pensar em um plano estratégico de macrodesenvolvimento regional, que tem o aeroporto de Bauru que está quase desativado, o porto de Pederneiras, a indústria calçadista de Jau, a indústria alimentícia de Marília e também as empresas e comércio de Bauru. Juntos a gente pode pensar num projeto, levar para o governador do estado e o presidente da república, daquilo que a gente quer de desenvolvimento para nossa região. Que passa necessariamente, além de tudo isso, pelas duas universidades de medicina que a gente precisa ter aqui, tanto pública e como a privada, e também um polo de tecnologia instalado ao lado do aeroporto da cidade de Bauru que possa ser vinculado a questão de saúde pública do município.

 

Clodoaldo Gazzetta (PSD) responde apresenta suas propostas em entrevista

Clodoaldo Gazzetta (PSD) apresenta suas propostas em entrevista   Foto: Círculo

ELEIÇÕES 2016: Ainda em relação ao seu plano de governo gostaríamos que o senhor explicasse o que é a proposta 100 dias de evolução.

 

Gazzetta: Na verdade são 100 dias para gente destravar a cidade, esse é o grande movimento que a cidade precisa ter e o tempo de paciência que as pessoas tem com o novo governo. Se elas sentirem que o novo governo realmente está disposto melhorar a cidade, a trabalhar pelas pessoas, a destravar a cidade para o seu desenvolvimento, elas se engajam no projeto. Se elas sentirem que o governo chegou começa a culpar o governo passado, começa achar desculpas para as promessa que ele fez durante as campanha e de não conseguir executar em um curto espaço de tempo, as pessoas acampam se desgostando do novo governo e perdendo as esperanças novamente. Esses 100 dias, na verdade, era para ter sido feito a muito mais tempo, você tem um Câmara Municipal que não funcionou para isso por que ela poderia ter destravado a cidade para o desenvolvimento. A gente tem varias leis municipais que precisam ser modificadas para a gente atrair novas empresas para cidade, nós precisamos inclusive regulamentar grande parte do instituto da cidade, que não foram regulamentados, normas importantes que também ajudam para você ocupar o solo do município melhorar a distribuição desse solo para empresas que querem investirem aqui para construções residenciais, nós não víssemos isso digo nós  enquanto prefeitura de Bauru. As APAs que dizem que atrapalharam o desenvolvimento da cidade Bauru e as APAs foram criadas por mim 2 delas, lá no plano diretor em 1996, que era exatamente para preservar o manancial de água que nós temos no água parada que nós ambientalista imaginávamos que agora 20 anos depois Bauru poderia ter falta da água e teria que procurar novas fontes. Nós pensávamos que poderia ser o água parada, um estudo atual disse que não, que nós podemos continuar tirando água do batalha então nós podemos agora ocupar a região do água parada. Então nós também temos que destravar as APAs, e vou fazer isso, vou mudar o artigo 73 inciso I para que você possa permitir o uso e ocupação do solo das APAs desde que o plano de manejo defina quais são as áreas que podem ser ocupadas e quais você pode ocupar. Então 100 dias é o movimento que a gente pretende para destravar a cidade pros investimento, não vamos resolver todos os problemas em 100 dias, mas vamos mostrar para as pessoas que o governo mudou que são novas pessoas, novas ideias que querem mudar a cara da cidade Bauru nós próximos 4 anos.

 

ELEIÇÕES 2016: Clodoaldo, o seu plano de governo inclui uma proposta de integração regional, que envolve a interligação de Bauru com várias cidades e a interdependência. Como isso seria efetivado tendo em vista que exige parcerias entre prefeituras da região e o governo estadual?

 

Gazzetta: Mas é exatamente esse movimento que a gente pretende fazer, vou dar um exemplo todas as cidades da região, todas elas sem exceção, consideram  Bauru um polo regional só nós não acreditamos nisso. Não acreditamos por que nós perdemos a nossa força, nossa força de protagonista regional, então o próximo prefeito se Deus me permitir que eu seja eleito daqui 15 dias, eu vou chamar para nós essa responsabilidade para que a gente possa envolver todos os municípios da região, ai estamos falando de Botucatu, de Marília, de Jau, de Pederneiras, de todas as cidades que fazem parte de essa macrorregião e vamos pensar sim através de foram de trabalhos do que nos queremos nessa região, qual é modelo de desenvolvimento queremos ser implantados aqui. A partir desse documento, desse modelo de desenvolvimento, vamos levar para o governador e também para o presidente da republica, principalmente o governador, e dizer para ele olha governador as cidades que estão a margem esquerda do tiete também merecem desenvolvimento não só presídio, por que só veio para gente presídios nos últimos tempos, as cidades que estão a margem direita do rio tiete receberam os grande investimentos,Ribeirão Preto, Piracicaba, e posso citar aqui uma infinidade de outros cidades, elas sim receberam grandes investimentos não só presídios. A gente também quer ser contemplados com novos investimentos e com novos empreendimentos, por isso a força política de ter 34 municípios envolvidos nesse grande movimento de um projeto macrorregional pode nos possibilitar de trazer aquilo que a gente espera a tanto tempo.

 

ELEIÇÕES 2016: Ainda nesse plano da integração regional como viabilizar o aeroporto daqui de Bauru?

 

Gazzetta: O aeroporto tem varias possibilidades de ter melhoria do processo do aeroporto na cidade. O primeiro deles é a criação desse polo tecnológico, a gente imagina esse polo tecnológico funcionando ao lado do aeroporto de Bauru, ele vai pode gerar emprego gerar renda, recentemente teve a inauguração de um polo tecnológico em Campinas e o ministro Gilberto Kassab, que é do meu partido, foi a inauguração no dia seguinte liguei para ele e disse exatamente isso ministro a partir do ano que vem, se tudo der certo em Bauru, também gostaríamos de receber um polo tecnológico por que na nossa região não tem, na cidade Bauru não tem, em Campinas tem 5, Ribeirão deve ter mais um 6 ou 7. Então o polo tecnologia pode trazer para região empresas que pensam em tecnologia, na área da saúde nós temos vários hospitais aqui e na região que podem gerar ciência, conhecimento e até outro viés nós temos que aproveitar nossa mão de obra qualificada que são produzidas nas nossas universidades que tem vários curso de referencia que seja odontologia, biologia na Unesp, nós temos que buscar empresas que possam absorver essa nossa mão de obra qualificada, que nos produzimos todos os anos nas nossas universidade em Bauru, para que ela não nos deixem, só passem em Bauru para estudar e nos deixem depois do processo de formação. Então nos queremos aproveitar essa mão de obra qualificada para gerar essa tecnologia e melhorar a questão do aeroporto com a implantação do polo tecnológico.

 

ELEIÇÕES 2016: Candidato, como conciliar o desenvolvimento econômico, inclusão social e crescimento sustentável?

 

Gazzetta: Esse é um triple difícil, complexo, mas que envolve uma gama de opções, vou tentar explicar para você como é que a prefeitura pode ser geradora disso. Primeiro ela tem que fazer o seu dever de casa que é prestar um serviço de melhor qualidade as pessoas e para fazer isso a nossa ideia e proposta de plano de governo é descentralizar a prefeitura em subs prefeituras, o que seriam essas subs prefeituras, não estou falando de novos investimentos, de contratação de pessoas, estou falando em remanejamento de pessoas e equipamento. Quando a gente descentraliza a prefeitura você leva a prefeitura para mais perto das pessoas ai você consegue pensar o território melhor, como você consegue pensar no território melhor você também consegue trazer as pessoa para participar da gestão. Como vai funcionar a sub prefeitura vai ter lá um ponto no Geisel, por exemplo, e essa sub prefeitura do Geisel todos os meses vai ter que se reunir com as pessoas que moram nessa região, no primeiro momento um pastor, padre, associação dos moradores, lideres comunitários, para que juntos eles podem definir quais as ações micro da cidade eles vão fazer no mês seguinte, então vamos arrumara a praça que ficou desarrumada, a tábua de basquete que quebrou, arrumar o posto de saúde, as pessoas vão poder participar da gestão da cidade e o triple disso é a ouvidoria da cidade, um setor da prefeitura que vai ligar para as pessoas medindo a qualidade do serviço que a prefeitura está prestando, com isso a prefeitura consegue melhorar os investimentos, melhorar recursos por que hoje o deslocamento de equipes pela cidade é muito grande quando você territorialisa a ação você enxuga o quadro e também economiza recursos como combustível, hora de trabalho das pessoas, hora da máquina. Não estou inventando a roda isso já existiu em Bauru no comecinho da época de 90, eu já participei de um governo que tinham as regionais e funcionavam bem, atendiam as pessoas. O segundo ponto é a questão de geração de emprego como já citei para vocês que também é o triple do desenvolvimento. E o terceiro é a questão da atividade econômica, se a prefeitura não tiver as portas abertas para conversar com os empresários, com a classe dos comerciantes e com os setores, forças vivas da cidade, hoje a gente não tem isso. Eu estou andando em Bauru e estou ouvindo de todas as pessoas seja o seu Paulo da favela ou seja o empresário de uma empresa de Bauru, Gazzetta nos não temos diálogo com a prefeitura por que nos também queremos participar e nos vamos criar todos os canais de diálogo em todos os setores públicos. Eu digo para as pessoas que nos vivemos em um modelo de democracia representativa em Bauru e não só em Bauru, em vários municípios, aquela que as pessoas precisam de um representante alguém que a represente, se ela não tiver um vereador que é amigo, se ela não tiver o telefone do prefeito ela fica a margem da cidade, as reclamações dela não chegam, nos vamos passar para uma democracia participativa a onde ninguém vai precisar de um intermediário todo mundo pode ser protagonista, todo mundo pode participar da prefeitura seja em ideias, sugestões, críticas, mas também em parceria para que possamos construir uma nova cidade. Acho que esse triple também posamos casar com o desenvolvimento sustentável e com a economia do município.

 

arte: Laíz Zorzete/Círculo

arte: Laíz Zorzete/Círculo

ELEIÇÕES 2016: Uma das questões que mais preocupa o bauruense é o lixo, que atualmente tem sido destinado a aterro sanitário de uma cidade vizinha. Como equacionar essa questão?

 

Gazzetta: O lixo tem que ser resolvido definitivamente, o aterro sanitário não é mais o processo final do lixo no Brasil. Existe um lei, uma lei federal que foi aprovada em 2010 que obriga todos os municípios do país a fazer o tratamento do seu lixo, o tratamento pressupõe várias ações e a última delas é o aterro sanitário para colocar o rejeito do rejeito, o que sobrou daquelas outras ações você vai colocar no aterro. Então o aterro sanitário não é a porta de entrada do lixo na cidade o que nos pretendemos fazer, eu já fiz lá trás quando tinha 22 anos de idade, nos montamos o aterro sanitário que tínhamos até hoje e a coleta seletiva que ainda é oniciente, representa 4% do que é gerado na cidade o que é muito pouco. O que nos vamos fazer é uma PPP, Parceria Público e Privado, já vou conversar com o Rodrigo para que ele abra um edital convocando as empresas para que elas possam apresentar para cidade de Bauru, para a prefeitura a manifestação de interesse. Tem vários modelos hoje de tratamento de lixo em Brasil, vários, desde de geração de energia elétrica, de com postagem, você pode encontrar ai uma gama enorme de empresas que fazem diferentes tipos de tratamento de lixo. Ai, em Janeiro nos escolhemos o modelo que a prefeitura vai implantar pros próximos 50, 100 anos por que eu digo que vamos resolver o problema definitivamente. A empresa vem instala os equipamentos que se for uma coisa simples custa na faixa de 80, 90 milhões, é um recurso que a prefeitura não tem disponível, então essa empresa vem investe, constrói e explora esse serviço por 30, 35 anos, depois a prefeitura renova se quiser ou ai se não for renovar esses equipamentos passam a ser públicos. A prefeitura pode pensar em um outra forma de tratar o lixo, mas a nossa ideia é resolver definitivamente o problema do lixo na cidade parar de encaminhar para Piratininga por que não é a solução, ai é só um processo emergencial para que a gente não ficassem inadimplente junto a Cetesb e vamos resolver o problema da cidade de Bauru por que se não resolver dessa forma como falei a partir de 2018 vai ser começado a ser atuado pela Cetesb de novo.

 

ELEIÇÕES 2016: Ainda sobre a questão ambiental. Quais seriam, a seu ver, as próximas etapas para dar continuidade ao plano de ação municipal relativo ao tratamento de esgoto?

 

Gazzetta: Esse é um problema estruturante que também está equacionado, a cidade de Bauru recebeu ao fundo perdido, investimento do governo federal para que nos víssemos o tratamento do esgoto da cidade que era uma obra estruturante, esgoto, lixo, asfalto, saúde pública, educação, são obras estruturantes que se você não tiver essas obras encaminhadas ou resolvidas, tudo aquilo que eu conversei lá trás com vocês sobre investimento da cidade nos não vamos conseguir, atrair nenhuma empresa por que nenhuma empresa pro município onde você tem seus funcionários precisando de uma saúde que não funciona, com um transporte público deficiente, que não trata seu esgoto e que não trata seu lixo, então são problemas que nos vamos ter que resolver. Já está equacionada, o que eu queria chamar atenção é que o recurso que veio, o fundo perdido do governo federal, e que muita gente que fala que não veio o dinheiro e agora o governo federal está com problemas financeiros e tudo mais, essas pessoas estão mentindo por que o recurso já está assegurado. Apenas por um motivo o governo brasileiro tem até 2025 para cumprir junto a ONU alguns acordos internacionais que o Brasil é signatário dentre os quais o saneamento básico, então esse recurso só veio para Bauru por que o governo tinha que cumprir esse acordos com a ONU. Bauru precisa do recurso, então vamos mandar para lá para cumprir nossa meta com a ONU, também não é por que a vice prefeita era amiga do presidente ou por que o prefeito tinha ligações, longe disso o governo brasileiro tinha que cumprir sua meta e mandou o recurso para Bauru e nos vamos executar o projeto que já está em andamento, deve ficar pronto no final de 2017 comecinho de 2018. Então esse problema já vai estar solucionado em Bauru e o melhor vai sobrar no nosso caixa do DAE 130 milhões de reais que as pessoas pagaram ao longo desses últimos 10 anos para fazer o tratamento de esgoto da cidade, esse dinheiro não vai mais ser necessário para o tratamento de esgoto e nos vamos fazer com que negociando com a Câmara Municipal e  o Ministério Público possamos usar esses 130 milhões que estão já no caixa do DAE para questão do abastecimento de água da cidade.

 

ELEIÇÕES 2016: E já que estamos abordando o esgoto, uma das funções do DAE, Departamento de Água e Esgoto aqui de Bauru, a seu ver, os cargos diretivos do DAE devem ser destinados a políticos ou técnicos?

 

Gazzetta: A técnicos, puramente técnicos, eu já vivenciei uma fase em Bauru onde o DAE era uma referência em gestão pública e todos os meus funcionários da Secretária do Meio Ambiente naquela época você podia trocar, eu tinha 300 funcionários, queriam trabalhar no DAE era a onde tinha os melhores salários, os melhore equipamentos e a onde tinha uma gestão extramente eficiente, isso a 25 anos atrás. O problema do DAE foi exatamente isso que você colocou a barganha política, a troca de favores, o apadrinhamento político, o inchaço do DAE com pessoas que não tinham conhecimento técnico para comandar equipes que já estavam no DAE a muito tempo, então quebraram as relações internas no DAE, tanto que para um departamento conversar com outro que são divididos apenas por uma parede precisa de memorando. Nos vamos ter que resgatar essas relações humanas internas e só se resgata as relações humanas internas quando a gente reconhecer o protagonismo do funcionário, aquele que ta lá 20, 30 anos trabalhando no DAE e tem que ser aproveitado pelo sistema, com as ideias, sugestões, opiniões, eu participei com várias reuniões do DAE ao longo da construção do meu plano de governo e todas elas eu falava que eles sabiam diagnósticos, como resolver o problema e no final eu disse simplesmente assim para eles vamos fazer juntos, vocês já sabem o que tem que fazer e agente vai encaminhar os problemas que estão sendo encaminhados aqui. Então o DAE tem solução, da para ser recuperado, mas tem que ser técnico, sem indicações políticas e reconhecendo, valorizando o trabalho do funcionário público que está lá a muito mais tempo

 

ELEIÇÕES 2016: Gazzetta, o que o senhor pode nos dizer sobre a valorização dos direitos dos animais? Qual seria a atuação do órgão específico que o senhor propõe a criação?

 

Gazzetta: Ai, preciso voltar um pouquinho na historia também até para dizer que enquanto Secretário do Meio Ambiente a causa animal nunca estava nas vanguardas das políticas públicas, mal se falava disso no inicio da década de 90 e enquanto secretário eu vi exatamente isso que a prefeitura de Bauru começou a fazer 25 anos depois, nos construímos um centro abrigo que naquela época demos o nome de Canil Municipal e o Gatil que recolhia os animais de rua para ter um atendimento diferenciado no local, contratamos dois veterinários para fazer castração gratuita dos animais de pessoas carentes naquele momento e compramos um veículo, era um furgãozinho, que recolhia os animais que eram atropelados pelas ruas ou que estavam abandonados nas vias públicas em estado de saúde bem precário. Vou fazer exatamente o que eu já fiz no passado, nada mais que isso, eu até quando coloquei no meu programa de TV que nos vamos fazer o SAMU animal muitas pessoas se assustaram, mas você vai fazer o SAMU animal as pessoas não tem nem o SAMU para o atendimento humano como você vai fazer o SAMU animal, imaginando que é um caminhão gigante, que nos vamos estar a serviço de cuidados aos animais. Na verdade não é, é uma carro simples que custa hoje 35 mil reais, que já está em processo de licitação pela prefeitura atual, vai ser comprado pela prefeitura atual e que nos vamos transformar em um carro de resgate, simplesmente para que a gente não tenha animais agonizando em vias públicas quando são atropelados ou os que estão com doenças em várias partes da cidade, que estão muitos hoje, a gente possa resgatar os animais, levar para o centro de reabilitação e tratar esse animal depois para doação simples com baixíssimo custo. As parcerias com as ONGs da cidade também é fundamental e eu fiz isso na minha época doando medicamentos, alimentação e nos vamos fazer novamente estas parcerias para que as ONGs possam nos ajudar nesse cuidado com os animais e fazer um centro maior de reabilitação, o centro custa um pouco mais, mas a prefeitura atual já pediu para um deputado que atua na região, Deputado Ricardo Izar, o valor de 2 milhões de reais das suas emendas parlamentares para construção desse centro abrigo para termos um local onde você vai abrigar os animais que hoje estão em estado de abandono. Vou fazer exatamente o que eu já fiz, nada mais do que isso, eu acho que essas ações solucionam em grande parte o problema dos animais abandonados da cidade.

 

ELEIÇÕES 2016: Como viabilizar propostas e planos de governo diante da limitação orçamentária do município de Bauru, que tem perdido arrecadação ano após ano?

 

Gazzetta: Através de gestão, quando você tem uma gestão eficiente você consegue melhorar os investimentos nos recursos, vou dar exemplos a você, na área da saúde pública. Hoje você tem uma saúde pública que não é informatizada e ai você tem uma pessoas que entra no sistema, no posto de saúde por exemplo, ela precisa de um exame e a primeira coisa que o médico pede para ela, uma dor na perna vamos pegar um exemplo prático, o médico pede uma ressonância magnética só que ai como ela vai demorar de 6 meses a 3 anos para conseguir fazer a ressonância magnética, até mais do que isso, ela vai começar a entrar no sistema. Então ela foi no posto de saúde não coseguiu resolver o problema dela, ai ela vai na UPA, não consegue resolver o problema dela, mas ela está sendo atendida e está impactando financeiramente o município por que ela vai lá recebe medicamento, o médico da UPA também pede uma ressonância, o médico posto pediu e o médico da UPA também, ela não consegue, vai em uma terceira UPA, uma quarta e aí ela vai no pronto socorro, entrou cinco vezes no sistema como o sistema não é informatizado você não sabe que ela entrou, não sabe quantos medicamentos ela pegou, quais são os exames que ela pediu e ai quando você não tem essa informação claro que você vai perder mais dinheiro do que vai ter para cuidar dessa pessoa. Outro exemplo na área da saúde para você, nos precisamos de hospital de pequeno porte na cidade para atender as pessoas, principalmente em internações, nos perdemos 513 pessoas nos últimos 8 anos que morreram na fila de espera do pronto socorro por falta de vagas nos hospitais, não eram pessoas de idade eram até jovens, grande parte dessas 513 pessoas que morreram eram até jovens. Nós temos hoje na cidade 4 UPAs funcionando, três são pagas pela prefeitura em parceria com o governo federal e uma só com recursos da prefeitura, a UPA do Mary Dota. A UPA do Bela vista custa para os cofres municipais 1 milhão de reais por mês para sua manutenção e funcionamento, o hospital de São Carlos ligado a universidade de São Carlos, que tem o mesmo número de leitos da nossa UPA, tem de custo para universidade 1 milhão e 100 mil reais, então nos já estamos gastando dinheiro de um hospital de pequeno porte e não temos um de retaguarda para o município. Está vendo como é gestão, se você melhorar a gestão da saúde pública, como melhorar a da prefeitura e das sub prefeituras, você consegue economizar recursos e conseguem investir em outras áreas mais importantes para cidade. Hoje fundamentalmente o dinheiro que a gente precisa está em Bauru, dentro do município, se a gente melhorar gestão na integração de políticas públicas e ai eu vou dar outro exemplo na questão da saúde também, se eu tenho na UPA do Bela Vista uma concentração de pessoas de mais idade e sei que essas pessoas usam mais medicamentos de cardiopatia por ter uma vida mais sedentária e tudo mais, eu tenho que levar até essa região da cidade através da minha Secretária de Esportes, ações de esporte nas praças públicas para levar exatamente essas pessoas que tem o uso continuo de medicamento por que quanto mais atividade esportiva ela tiver menos medicamentos ela vai usar e a gente vai conseguir economizar. Lembrando que em saúde você não economiza, mas você melhora gestão, então se você tiver integração de políticas, se você levar a prefeitura para mais perto das pessoas, você consegue economizar recursos públicos para investir na própria cidade com dinheiro que fundamentalmente a gente precisa para gestão do município está aqui dentro, falta melhorar a gestão infelizmente nos não temos em algumas áreas da cidade.

Confira o  podcast com a íntegra da entrevista:

 Veja o vídeo com os melhores momentos da entrevista:

 

 

Ficha técnica:
Entrevista gravada nos estúdios da Webrádio USC.
Apresentação: Bruna Sampaio, Mayrilaine  Garcia e Luiz Augusto Ramos.
Produção: Bruna Sampaio, Mayrilaine, Luiz Augusto Ramos, Leandro Pinto.
Trabalhos Técnicos na Webrádio: Alex Costa e Leandro Zacarin.
Supervisão: Professores Daniela Bochembuzo e Vinicius Carrasco.