Cena do filme ‘Nise – O coração da loucura’, indicação do Círculo para essa semana. Foto: Divulgação

 

Amanda Medeiros / Círculo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Portanto, possuir saúde mental não se limita a ausência de enfermidades.

Ainda segundo a OMS, a saúde mental trata-se de atingir um padrão de vida elevado, no sentido afetivo e na maneira como se busca o conhecimento, ou seja, é a capacidade de apresentar um equilíbrio estável entre as aquisições interiores e as experiências ou pressões exercidas pelo mundo exterior.

Nesse estágio de bem-estar os indivíduos concretizam e atualizam suas aptidões, conseguem enfrentar as dificuldades existenciais do cotidiano, trabalham produtivamente e ajudam a desenvolver o grupo social no qual estão inseridos.

Ademais, os indivíduos que apresentam comportamentos incomuns em relação a situações cotidianas e identificados com fenômenos mentais anormais eram segregados desde o século XVII, com base em artigo publicado no site Infoescola. Foi apenas na metade do século XX, com a humanização dos meios medicinais, que o tratamento para esses transtornos, posteriormente chamados de doenças mentais, ganhou espaço e aceitação no mundo da psiquiatria.

Confira a indicação do Círculo que fala sobre saúde mental e conta um pouco da história de uma das médicas mais renomadas que o Brasil já teve!

 

Nise – O coração da loucura (2015)

Foto: Divulgação

 

Resultado de 13 anos de pesquisa, o filme conta a história de um momento da vida da psiquiatra Nise da Silveira (Glória Pires).  Após ser acusada de envolvimento com o comunismo e ter sido presa por dois anos (1934-1936), Nise sai da prisão e volta a trabalhar em um hospital psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro, onde se recusa a empregar o eletrochoque e a lobotomia no tratamento dos esquizofrênicos. Isolada pelos médicos, resta a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma revolução regida por amor, arte e loucura. 

Ao invés dos métodos de tortura, Nise acreditava que as artes plásticas podiam auxiliar na cura de doenças mentais. Por isso, ao ser transferida para outra ala, a psiquiatra encontrou a oportunidade de aplicar essas técnicas em pacientes, que por conta dos transtornos e do tratamento inadequado, não sabiam se expressar.

 

 

Com muita persistência, tanto com os pacientes quanto com os médicos que não apoiavam seus métodos, Nise construiu novos olhares para a psiquiatria. Além disso, ela descobriu talentos incríveis em pessoas que eram esquecidas pela sociedade. As pinturas provenientes deste projeto no Setor de Terapia Ocupacional deram origem ao Museu de Imagens do Inconsciente, fundado em 1952. 

 

A história de Nise é inspiradora e vale a pena conferir!