Urna eletrônica é o meio pelo qual os brasileiros exercem o direito do voto. Foto: Justiça Eleitoral/ Divulgação

 

Amanda Medeiros / Círculo

O voto, utilizado como meio para modificar a história do país, possibilita que o cidadão brasileiro exerça a soberania popular, desse modo, um voto faz a diferença, por isso integra o Estado Democrático de Direitos. Contudo, insistir na ideia de que a corrupção é inerente à política, reforça a desvalorização do voto, além de encontrar raízes profundas nos setores econômicos, históricos e jurídicos.

No que tange à economia, a indústria capitalista neoliberal recorre à qualidade de campanhas eleitorais nas terras do país tropical, além de consolidar a premissa da inutilidade do voto, o que ecoa para a construção de uma nação alienada e carente do saber político.

Historicamente, o brasileiro situou-se em segundo plano no âmbito político, uma vez que medidas como o voto de cabresto repreenderam o cidadão e o inibiram de praticar o exercício da cidadania. A vitória contra o voto censitário e a conquista da presença feminina nas eleições, promovida por Getúlio Vargas, erigem-se esquecidos pelo povo. Dessa forma, a formação de eleitores desinteressados e inseguros é inevitável.

Na esfera jurídica, o artigo 1º da Constituição Brasileira assegura que a eleição direta de representantes é responsabilidade do cidadão e compara o sufrágio universal à legitimidade do governo. Entretanto, a ausência do desejo de investigar os próprios direitos corrobora para o aumento progressivo do número de votos brancos e nulos: o brasileiro se esconde de maneira a contrariar seus direitos.

Portanto, a criação da urna eletrônica juntamente com o sistema biométrico reafirma a importância de eleições democráticas. O acesso rápido e eficaz dos direitos do cidadão ofereceria ao povo maior esclarecimento e interesse de exercer o papel da cidadania. Todas essas medidas seriam necessárias para restaurar o Estado Democrático de Direito.