Alunos do primeiro ano do curso de Jornalismo da USC com a jornalista Lidiane Oliveira, Coordenadora da Rádio e TV Câmara Bauru. Foto: Mayra Ferreira

AMANDA MEDEIROS, LARISSA BASTOS, MARIANA MIRANDA E THAÍS FERREIRA / Círculo

Nesta segunda-feira (06) a jornalista Lidiane Oliveira participou de uma entrevista coletiva com alunos do primeiro ano do curso de Jornalismo da Universidade do Sagrado Coração (USC).  A atividade tem como objetivo fazer com que os estudantes vivenciem a dinâmica deste tipo de entrevista e o aproximem do fazer jornalístico e faz parte da disciplina Técnica de Reportagem, Entrevista e Pesquisa Jornalística, ministrada pelo professor Vinicius Carrasco.

Lidiane Oliveira é formada em Comunicação Social-Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ (UNESP) Bauru e atualmente é coordenadora de programação e apresentadora da Rádio e TV Câmara Bauru. Em seu currículo, acumula o Master in Business Administration (MBA) em Gestão Estratégica de Pessoas pela Universidade do Sagrado Coração (USC). Além disso, a jornalista conta com passagens pelas rádios Auri-Verde e 94 FM. A Revista AZ, o extinto jornal Bom Dia Bauru e freelances para assessorias de imprensa são alguns dos trabalhos também realizados por Lidiane.

Lidiane Oliveira fala aos alunos do 1° ano de jornalismo da USC

Lidiane Oliveira compartilha experiências com  aos alunos do 1° ano de Jornalismo da USC. Foto: Círculo ON

A entrevistada abordou diversos assuntos, tais como o funcionamento da rádio que coordena, a presença da convergência midiática no jornalismo atual e a inserção dos futuros profissionais da Comunicação no mercado de trabalho após o término do curso. 

A presença da mulher em certos ramos do jornalismo ainda é tabu, e foi tema comentado por Lidiane, que relata um pouco de suas experiências no âmbito político: “As mulheres na Comunicação é algo comum. Muitas redações são femininas, mas na política e no jornalismo político nem tanto, pois é uma área mais conservadora.” As alunas Bruna Minini e Thainah Oliveira que trouxeram à tona a discussão, tocaram em pontos importantes como o preconceito e a jornalista respondeu: “Existe muito (preconceito) com a mulher jornalista que é jovem, não só vindo dos homens.” O posicionamento de Lidiane para a discriminação é bem clara: “Eu sempre respondo com trabalho sério, brigar não adianta. As mulheres ouvem comentários até hoje, mas a melhor forma de responder é com trabalho.”

Com início no jornalismo político em 2007, a atual coordenadora de programação da Rádio e TV Câmara Bauru revela que, na época era a única jornalista do sexo feminino que cobria as sessões da Câmara e que o Plenário era predominantemente masculino, contando com apenas uma vereadora.

“Eu sempre respondo com trabalho sério, brigar não adianta. As mulheres ouvem comentários até hoje, mas a melhor forma de responder é com trabalho.”

Lidiane também falou do desafio de ser coordenadora desses órgãos públicos ao ser questionada pelas alunas Mariana Miranda e Larissa Bastos: “Algumas coisas, depois da coordenação, eu tive que delegar. Por exemplo, as reportagens de rua que eu fazia todos os dias, agora eu não faço mais. Hoje tenho pessoas que fazem esse serviço. A função de coordenação é uma tarefa de planejar também,você supervisiona o trabalho que as pessoas fazem e precisa planejar o amanhã,planejar o final de semana, o mês que vem, o ano que vem.” E complementa: “Normalmente no rádio a gente tem uma grade que precisa ser reformulada à cada seis meses, isso é o máximo que a gente segura uma programação sem atualizar nada.”

Para auxiliar nesse processo de coordenação da Rádio e da TV Câmara, a jornalista cursa o Master in Business Administration (MBA) em Gestão Estratégica de Pessoas, na USC, e conta para Matheus Mariano que o curso a ajudou muito à estar sempre motivada para assim incentivar as pessoas que coordena e a administrar melhor as pressões que acabam surgindo na rotina profissional. 

MERCADO DE TRABALHO E CONVERGÊNCIA

A jornalista conta que, desde a faculdade, buscou inserir-se no mercado de trabalho, já ciente do cenário limitado de empregos no interior. Ela reconhece que o cenário atual é ainda mais complicado devido à crise econômica do país, uma vez que diversas empresas estão demitindo em massa ou fechando as portas. Ela destaca que atualmente os profissionais têm procurado encontrar modelos empreendedores.  Para a jornalista, as tecnologias também são um fator determinante, pois estão remodelando toda a estrutura da comunicação, desde a formação até a atuação profissional. “É preciso ver a tecnologia como aliada”, afirma.

Com o advento da tecnologia, as mídias se convergem e dão início à uma nova forma de produzir conteúdo e propagar informação.

Ao contrário do que muitos pensam, a profissional afirma que a rádio está em processo de adaptação e não irá se extinguir. Para isso, os veículos precisam estar atentos às novas formas de comunicação e estarem inseridos nelas, deixando o conservadorismo de lado.

A Rádio Câmara Bauru apesar de recente, já conta com aplicativo para celular e a TV compartilha o que vai ao ar no Youtube. Lidiane conta às autoras desta reportagem que há um espanto do público se a mídia não está presente também na internet e que o feedback é positivo. “A pessoa está no computador ou celular fazendo alguma coisa e está ouvindo a rádio pelo aplicativo. Já faz parte do nosso dia a dia.”

Lidiane Oliveira comanda os programas Conexão Bauru, radiojornal que vai ao ar às 7h30, de segunda a sexta-feira,, e “Arquivo Musical”, com sucessos dos Anos 60 aos 2000 vai ao ar aos sábado, às 21h, com reprise aos domingos, das 11h às 23h. FOTO: Assessoria de Imprensa Prefeitura Bauru

SOBRE A RÁDIO E TV CÂMARA BAURU

No ar desde 2015, a Rádio Câmara Bauru opera em 93,9 MHz e alcança municípios que estão a um raio de 50 km da cidade. É a primeira emissora no interior do país integrada à Rede Legislativa de Rádio e possui estúdio moderno e digital. Com câmeras-robôs que integram o conteúdo, há o abastecimento da programação da TV Câmara e do canal no YouTube. Vale ressaltar que o material produzido não se volta apenas aos acontecimentos políticos de Bauru, também há espaço cultural destinado à músicas que não encontram visibilidade nas emissoras comerciais.

Lidiane Oliveira é responsável pela programação e afirma às alunas Gabrielle Aguiar e Stéfani Campos que a linha da Rádio e da TV Câmara não é opinativa, e sim informativa: “Não temos atuação político-partidária. Possuímos caráter institucional, sempre levamos especialistas que mostram vários pontos de vista.”

 A jornalista acrescenta e destaca o foco do meio que trabalha. “Consideramos que a rádio é segmentada tanto em termos musicais quanto culturais além de tratar sobre assuntos políticos. Nosso foco não é brigar pela audiência com outras rádios da cidade, e sim nos apresentar como um veículo de comunicação público onde as pessoas podem levar suas demandas, o que talvez em emissoras comerciais não seja possível.”