Semifinalista do programa Ídolos, a bauruense Beatriz Lopes continua na busca pelo sonho de ser cantora e prepara-se para gravar seu primeiro EP

Adham Marin e Júlia Martins

Menos de três minutos foi o tempo suficiente para transformar o riso tímido da estudante bauruense Beatriz Garcia Lopes em lágrimas de emoção. Frente a frente com um dos júris mais temidos do país, e assistida por milhares de brasileiros, a cantora mirim, na época com 15 anos, parecia saber muito bem o que fazia quando entoou “Quando a chuva passar”, da baiana Ivete Sangalo. E, segundo os jurados do programa Ídolos, exibido pela Rede Record, a jovem sabia mesmo o que estava fazendo. Cantou a primeira música, cantou outra e, antes mesmo de terminar, veio o elogio de Marco Camargo, o jurado mais temido do programa: “Pode parar, meu amor, você tem 15 anos e já canta mais que muito marmanjo por aqui”. Dali em diante, a emoção tomou conta de Beatriz.

Foto: Reprodução/Facebook

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Nascida e criada em Bauru, a estudante Beatriz participou e foi aprovada na seletiva do programa Ídolos, da Rede Record de televisão, em 2012. Hoje, com 18 anos e estudando direito, a jovem continua seguindo em busca de seu sonho de ser cantora. Dessa vez, fez sua inscrição para o The Voice Brasil, da Rede Globo.

Para a estudante, a música entrou na sua vida de forma natural e se tornou parte integrante dela. Beatriz conta que, quando criança, assistia aos DVDs de Ivete Sangalo, artista pela qual tem grande admiração, pegava um microfone de brinquedo e tentava cantar igual a artista. “A música me traz uma coisa fora do comum. Eu não consigo passar um dia sem cantar”, conta.

A mãe da jovem, a psicóloga Célia Garcia Lopes, conta que sua primeira experiência séria com a música aconteceu em um aniversário do pai, quando a jovem pediu para cantar. “A Bia veio ao mundo com duas características – o carisma e o bom humor -, e nós temos como valor o respeito aos talentos de nossos filhos, por isso a incentivamos. Somos seus fãs”, orgulha-se a mãe.

A brincadeira passou a se tornar mais séria quando Bia fez um curso de higiene vocal na Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo, e pode perceber que a o cuidado com a voz era necessário e ia além de cantar.

A partir daí, a jovem passou a estudar de maneira mais aprofundada a temática vocal e a fazer pequenas participações em eventos, como o carnaval na cidade de Torrinha, e em shows de alguns grupos. Dessas experiências, veio o sonho de ser cantora, que permeou a vida da adolescente desde então.

 Assim que atingiu a idade mínima necessária, a adolescente se inscreveu no programa Ídolos e, após passar por três seletivas com a produção do programa, enfrentou os jurados. “Foi um misto de sensações”, conta. Mesmo recebendo um “não” de Fafá de Belém, a jovem conta que não desanimou. “Eu sabia que tinha muito que melhorar e ela me deu muitas dicas”, relata a jovem, e após um pouco de suspense de Supla, veio a confirmação. A bauruense de 15 anos ficou entre os 100 semifinalistas do Brasil, mas o maior ganho da experiência, segundo ela, foi o contato com diversas pessoas que traziam consigo o mesmo sonho: viver de música e fazer o que ama.

Para Beatriz, o sucesso não é o mais importante da carreira, sucesso mesmo é fazer o que se gosta e com honestidade. Fato confirmado pela mãe. “Nós sempre ensinamos a Bia que para alcançar os seus sonhos ela precisaria de muita dedicação, paciência e honestidade”, relata a psicóloga.

Atualmente, Bia se prepara para a gravação de seu primeiro EP [Extended Player], uma espécie de CD com mais músicas, e se diz encantada com a experiência. “Gravar sempre foi um sonho e, agora, vai tomando forma”, conta, animada. Além de cantar, Beatriz também compõe e essa é a novidade desse disco, que trará músicas de axé autorais, compostas em parceria com Eduardo Braga, da banda bauruense Foot’s N’ Fingers.

A cantora conta que, embora conheça e dificuldade de viver de uma carreira musical, tira dos pais a persistência necessária para empreender a busca por esse sonho. “Meu pais, com certeza, são meus maiores incentivadores, e é deles que eu tiro a força pra nunca desistir. Eles me ensinaram que o mais importante é ser feliz, o reconhecimento, se vier, é consequência de eu ter dado o meu melhor”, relata.

Foto: Reproducao/Facebook

Foto: Reproducao/Facebook

A mãe da jovem se orgulha da persistência da caçula. “A Bia é uma adolescente muito disciplinada, dedicada e persistente. E isso é motivo de muito orgulho para nós”, pontua.

Hoje, a jovem tenta a inscrição para o programa The Voice, da Rede Globo, e afirma que não vai desistir de seus sonhos. “Daqui 10 anos eu me vejo fazendo shows, mesmo que para um público pequeno, fazendo o que gosto. Porque para mim a vida é isso, é movimento”.