Gatos abandonados no campus da Universidade do Sagrado Coração melhoram o ambiente, mas necessitam de constante atenção e cuidados.

Júlia Martins

O famoso gato usqueano (Foto: Giovana Melanda).

O famoso gato usqueano (Foto: Giovana Melanda).

Dificilmente algum aluno da Universidade Sagrado Coração já tenha passado pelo piso inferior do Bloco F sem se deparar com um gato preto, um tanto gordo e muito amoroso. Conhecido e mimado pela maioria dos alunos, ele é um dos mais de 10 bichanos que habitam a universidade.Apesar do morador do banquinho em frente à rampa ser sossegado e bem acomodado, esta não é a realidade de seus parceiros. Espalhados pelos jardins e prédios, vivem com medo e à mercê de tudo, seja chuva, frio, fome ou calor. As fêmeas dão à luz ninhadas de filhotes e mais filhotes, que acabam sofrendo e a maioria, infelizmente, morre.

De acordo com o veterinário Juliano Caçador, não é uma regra, mas uma gata pode ter até três gestações por ano, sendo que, cada uma delas pode gerar de 4 a 8 filhotes. Segundo Elaine, que trabalha na portaria da universidade e tem contato com os animais todos os dias, a maioria é fêmea. Estima-se que, de 10 gatos, cerca de 7 sejam fêmeas. Ou seja, em um ano, poderiam nascer cerca de 90 novos gatos apenas dentro das instalações da USC.

Esta é a realidade que o Projeto Ronronar tenta mudar. Criado por um grupo de alunas do curso de Química, a ação ganhou espaço na disciplina de Sociologia e Responsabilidade Social, e tem como meta a castração e adoção da maioria dos animais que vivem dentro da universidade. Além disso, o projeto arrecada rações, vermífugos, remédios contra pulgas e outros artigos que possam ajudar a manter o bem estar dos peludinhos.

Além de contar com a ajuda do professor da disciplina Antônio Walter Ribeiro, o projeto possui uma parceria com a ONG Bem Estar Animal, que também divulga os casos em sua página na internet. “A castração já melhora muito a situação, pois diminui a população e faz com que a adoção dos gatinhos se faça mais rapidamente, além de evitar que mais filhotes se percam pelas ruas. E, querendo ou não, um animal castrado é um gasto a menos para quem adotá-lo.”, aponta Tamara Araújo, uma das alunas responsáveis pelo projeto.

Há 4 castrações agendadas para as próximas semanas, e o desafio das meninas responsáveis é conseguir lares temporários para as gatinhas que passarão pelos procedimentos. Para mais informações sobre como ajudar, basta acessar a página do Projeto Ronronar no Facebook. Toda colaboração é bem-vinda.