Mayrilaine Garcia / Círculo

Imagens: Luiz Augusto Ramos, Felipe Matheus e Mariana Candido

Alberto Augusto Carlos Klein, da Universidade de Londrina (UEL), ministrou sua palestra sobre o invisível na comunicação relacionando o tema ao trabalho da imagem jornalística e o ambiente do consumo. O professor e pesquisador citou que a imagem midiática está totalmente envolvida neste ambiente. “Seja na publicidade ou no jornalismo, a imagem é marcada pela natureza do consumo”, afirma Klein.

O palestrante argumentou que atualmente encontra uma alta demanda de produção de imagens e este excesso banaliza o real significado que há por trás de cada imagem, deixando-as sem cargas realmente simbólicas, o que carece nossa relação de sentido com elas. A reflexão disso na sociedade é que nós não somos mais os vetores da imagem, é ela quem nos captura. “A grande competição no mercado é a responsável dessa visão, muitos produzem conteúdos fragmentados, o que gera o invisível, que traduz muitos produtos sem imagens significativas”.

Alberto Klein (UEL) aborda a imagem e o ambiente de consumo

Além desse fato, Klein destacou que há ainda a questão de que a mídia retrata o que segue a linha editorial de cada veículo, por isso, se antes as imagens serviam para mostrar aquilo que está no mundo, hoje esse papel se inverte, pois ao selecionar, a mídia acaba encobrindo o que está no mundo. A mídia seleciona o que virá produto, portanto, a imagem se torna biombo.

A questão virada para o consumidor é que os olhares não analisam aquilo que a imagem está dizendo. Diante disso, Klein indicou a importância do contemplar a imagem, pois para ele, esse exercício se tornou periférico. Ligado a esse exercício está a escavação dos conteúdos já presentes na mídia para compreender os significados, tanto aquelas passadas, como as futuras. “O porquê está na explicação de que as imagens são formulas de sensação, movimentos, sentimentos, elas se dialogam entre elas durante épocas, cabe ao leitor encontrá-las”, justifica.

Segundo Klein, fica evidente que a legitimação do consumo das imagens estaria no “rasgar as imagens”, isto é, medir e diminuir o acompanhamento, pois esse excesso de conteúdos encontrado na mídia está longe de ser um ponto positivo, ao contrário, significa a crise do jornalismo.

Temas como a banalização da imagem, o contemplar da imagem e a imagem no contexto contemporâneo foram abordados

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